"A Rússia usa as suas táticas tradicionais para desviar a atenção das Forças Armadas ucranianas, agora focadas no sul", disse o coronel ucraniano na reserva, Sergui Grabski, que, numa entrevista à agência noticiosa espanhola EFE, adiantou que, além dos soldados, Moscovo também enviou para a mesma região cerca de 1.000 tanques.
Segundo estimativas recentemente divulgadas pelo Ministério da Defesa ucraniano, Grabski lembrou que o número de soldados russos concentrados em Lyman-Kupiansk é semelhante aos 160.000 soldados e 1.200 tanques mobilizados por Moscovo para lançar a invasão.
Apesar disso, apontou Grabski, a Rússia não conseguiu obrigar a Ucrânia a mudar os planos e negligenciar a contraofensiva no sul, já que as tropas de Kyiv estão a conseguir manter as posições apenas com as "reservas táticas", sem ter de recorrer na zona da linha da frente às "reservas operacionais".
"[Os russos] avançaram lentamente, ganharam algum território e romperam as defesas ucranianas por cerca de três ou quatro quilómetros, mas, do ponto de vista estratégico, esta operação de diversão não atingiu os seus objetivos", afirmou.
Grabski também destaca que na cidade de Karmazinivka, a sudeste de Kupiansk e a nordeste de Lyman, as forças ucranianas "bloquearam o avanço russo" e até forçaram as tropas de ocupação a retirarem-se das suas posições.
"Atualmente, a frente [de combate] está estabilizada", declarou.
Entretanto, o Ministério da Defesa russo indicou ter abatido hoje um 'drone' (aparelho aéreo não tripulado) ucraniano perto de Moscovo, o terceiro incidente este mês com este tipo de armamento na região da capital.
O ministério disse que não houve feridos ou danos no incidente da manhã e não avançou pormenores sobre o local onde o 'drone' foi abatido.
Dois 'drones' atingiram segunda-feira a capital russa, tendo um deles caído no centro da cidade perto da sede do Ministério da Defesa ao longo do rio Moscovo, a cerca de três quilómetros do Kremlin (sede da Presidência russa).
O outro 'drone' atingiu um prédio de escritórios no sul de Moscovo, destruindo vários andares superiores.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
As informações fornecidas pelas partes sobre a situação nas frentes de batalha não podem ser frequentemente confirmadas de forma imediata e independente.
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