"Dirigimo-nos aos nossos amigos do Governo russo e aos nossos amigos dos países africanos para que nos ajudem a retirar as tropas estrangeiras do nosso território", disse o representante líbio, numa intervenção na sessão plenária da cimeira Rússia-África, que decorre na cidade russa de São Petersburgo.
Mohamed al-Menfi acrescentou que os esforços dos líderes líbios têm como objetivo ultrapassar a divisão nacional e criar forças armadas unificadas que possam ser utilizadas para "manter a paz e a tranquilidade", bem como "resolver os problemas pendentes do país".
O líder do Conselho Presidencial líbio manifestou também preocupação com o golpe de Estado no "irmão Níger".
"Os últimos acontecimentos no país irmão Níger preocupam-nos muito e defendemos a restauração da autoridade legítima nesse país", afirmou.
O Comité Militar Misto 5+5, que reúne as potências opostas na Líbia, comprometeu-se este ano a expulsar os combatentes estrangeiros do país a partir do plano de ação de 2021, ligado ao acordo de cessar-fogo líbio de 2020, firmado sob os auspícios da ONU e em coordenação com os países vizinhos.
Além disso, em março, este órgão comprometeu-se em estabelecer uma força conjunta e a unificar a instituição militar, a fim de promover a realização de eleições, que estão suspensas desde dezembro de 2021.
A Rússia anunciou recentemente o reinício dos trabalhos da embaixada em Tripoli e planeia abrir um consulado geral em Benghazi (leste).
Moscovo espera que o aumento da sua presença diplomática na Líbia contribua para reforçar os interesses económicos russos neste país do norte de África rico em petróleo.
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