O novo texto permitirá, em tese, que Touadéra se volte a candidatar à Presidência em 2025.
O referendo é contestado pelo Bloco Republicano para a Defesa da Constituição (BRDC), uma plataforma da oposição, que convocou marchas de protesto.
Touadéra foi eleito em 2016 e depois reeleito em 2020, embora menos de um em cada três eleitores tenha podido ir às urnas por razões de segurança.
No final de maio, Touadéra anunciou a realização do referendo e foi acusado pela oposição e pelos rebeldes de pretender continuar a ser "Presidente vitalício" do segundo país menos desenvolvido do mundo.
"Não haverá um terceiro mandato, mas os contadores serão repostos a zero" com uma nova Constituição, "e haverá um novo mandato a que qualquer pessoa se poderá candidatar, incluindo o Presidente Touadéra, se assim o desejar", disse então Fidèle Gouandjika, ministro especial e conselheiro do Presidente, imediatamente após o anúncio do referendo.
A votação vai realizar-se com a presença no país de mercenários contratados pela empresa russa Wagner.
Um novo grupo de mercenários chegou sexta-feira a Bangui.
A República Centro-Africana, um dos países mais pobres do mundo, vive uma guerra civil desde 2013, quando uma coligação de grupos armados predominantemente muçulmanos, a Séléka, derrubou François Bozizé.
Em seguida, Bozizé organizou e armou as chamadas milícias anti-Balaka, maioritariamente cristãs e animistas, numa tentativa de recuperar o poder.
As Nações Unidas mantêm uma missão no país (Minusca), na qual Portugal participa com 215 militares e 45 meios, além de missões da União Europeia, com 31 militares portugueses.
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