As declarações da junta militar que governa o Níger foram feitas antes da cimeira extraordinária da CEDEAO hoje em Abuja, na Nigéria.
"O objetivo desta reunião é a validação de um plano de agressão contra o Níger, através de uma iminente intervenção militar em Niamey, em colaboração com os países africanos não-membros da organização e alguns países ocidentais", segundo um comunicado lido por um membro da junta militar, Amadou Abdramane, na televisão nacional.
"Mais uma vez, lembramos a CEDEAO ou qualquer outro aventureiro da nossa firme determinação em defender a nossa pátria", acrescentou.
A CEDEAO, organização da qual o Níger também é membro, reúne-se hoje para uma "cimeira extraordinária" em Abuja para avaliar a situação no país e a aplicação de sanções.
Os autores do recente golpe de Estado já tinham alertado que haveria consequências no caso de uma tentativa de intervenção militar estrangeira no Níger.
Uma manifestação de apoio à junta ocorreu hoje de manhã em Niamey, que se mantém relativamente calma, apesar da proibição de protestos. Centenas de pessoas marcharam, agitando bandeiras russas, em direção à Assembleia Nacional, segundo um jornalista da agência de notícias AFP.
O movimento civil M62, que já havia protestado contra a operação Barkhane do exército francês no Sahel e no Saara, fez os apelos à manifestação.
Duas marchas pró-golpe tiveram lugar em Niamey e Dosso (cerca de 100 quilómetros a sudeste da capital) na quinta-feira, a primeira pontuada por incidentes, antes de a junta chamar "a população à calma" e proibir os eventos.
O Presidente Mohamed Bazoum foi afastado na quarta-feira à noite por militares e detido no palácio presidencial, sob a supervisão da Guarda Presidencial, cujo líder, o general Omar Abdourahmane Tchiani, foi nomeado presidente do Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CNSP), ou seja, a junta militar que promoveu o golpe.
Depois do Mali e do Burkina Faso, o Níger, até então aliado dos países ocidentais, torna-se no terceiro país do Sahel - minado por ataques de grupos ligados ao Estado Islâmico e à Al-Qaida - a viver um golpe de Estado desde 2020.
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