Espanha. Feijóo pede a Sánchez reunião para evitar "ingovernabilidade"
O presidente do Partido Popular (PP) espanhol, Alberto Feijóo, pediu ao primeiro-ministro em exercício e líder do PSOE, Pedro Sánchez, que convoque uma reunião esta semana para dialogar e evitar um "bloqueio" e a "ingovernabilidade" pós-eleitoral no país.
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Segundo adianta a agência EFE, Feijó enviou hoje uma carta a Sánchez, na qual se apresenta como vencedor das eleições legislativas e reitera a sua proposta de reunião para conhecer as suas posições e transmitir as suas, "na responsabilidade que acompanha o candidato da força política vencedora com o objetivo de estabelecer um diálogo responsável, em benefício da estabilidade política e institucional de Espanha".
Feijóo lembra na carta que "a complexidade que possa surgir dos resultados eleitorais não deve agravar" as incertezas nem "minar a confiança dos cidadãos na capacidade do sistema político e constitucional para assegurar a melhor governação no interesse de Espanha".
A carta de Feijóo foi divulgada pouco depois de o PSOE ter decidido pedir a revisão de mais de 30 mil votos nulos, na sequência da escassa margem que separou o PP e o PSOE no último lugar disputado em Madrid.
O líder do PP, partido que elegeu 137 deputados, sublinha na carta, escrita na primeira pessoa e na qual não se dirige a Sánchez como "tu", que a força que ganhou mais lugares é a que deve governar.
"Como sabem, um fator contínuo de governabilidade e de normalidade no nosso país, ao longo da sua história democrática, tem sido o reconhecimento de que a força política vencedora nas eleições legislativas é a que deve governar, perante possíveis combinações negativas que polarizam a sociedade, prejudicam gravemente a coesão territorial e levam ao limite o nosso sistema constitucional", enfatiza Feijóo.
Entretanto, a nova aritmética dos blocos, depois de o PP ter ganho mais um lugar, passando para 137, e de ter subtraído um ao PSOE, passando para 121, torna complexa a investidura de Sánchez, que precisa do apoio afirmativo dos independentistas do Juntos Pela Catalunha.
Feijóo salienta na carta que "Espanha não merece uma situação de ingovernabilidade, nem pode permitir um bloqueio num momento tão importante para a economia e para as instituições espanholas, em plena Presidência espanhola do Conselho da União Europeia".
"Por esta razão, como candidato com maior apoio da opinião pública, com vontade de continuar os precedentes da alternância política, gostaria de me reunir convosco durante esta semana para debater os temas que expus, conhecer as vossas posições e poder detalhar as minhas na responsabilidade que acompanha o candidato da força política vencedora", concluiu Feijóo na carta a Sánchez.
O PP (direita) venceu as eleições do passado domingo, mas sem alcançar uma maioria absoluta com o VOX, de extrema-direita, com quem governa em coligação em três regiões autónomas.
O PSOE foi o segundo partido mais votado, mas ao contrário do PP tem ainda possibilidades de conseguir os apoios parlamentares para nova investidura de Pedro Sánchez como primeiro-ministro.
O partido socialista tem mais aliados no parlamento do que o PP e, se chegar a acordo com todos eles, Sánchez tem possibilidade de voltar a ser primeiro-ministro, à frente de um governo de coligação PSOE/Somar.
Estão em causa cinco partidos regionalistas, nacionalistas e separatistas que já viabilizaram o atual governo, mas a que este ano se junta mais um, o Juntos pela Catalunha (JxCat), do ex-presidente do Governo Regional Carles Puigdemont.
O JxCat, independentista, votou contra a investidura de Sánchez na última legislatura, mas desta vez o lider socialista terá de contar com o apoio dos sete deputados do partido catalão para voltar a liderar o Governo.
Nenhum dos partidos com quem o PSOE e o Somar têm de negociar rejeitaram, para já, a possibilidade de conversações e apoio a um novo governo de esquerda.
Dirigentes socialistas disseram, ao longo da última semana, que o PSOE vai fazer negociações de forma discreta e só após umas semanas de férias, remetendo eventuais novidades para depois da constituição formal do parlamento, em 17 de agosto.
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