Robert Bowers, o atirador que matou 11 fiéis e feriu outros seis numa sinagoga, de Pittsburgh, EUA, em 2018 - no ataque mais mortífero a judeus nos Estados Unidos - foi condenado por unanimidade à morte por um júri federal esta quarta-feira.
De notar que esta é a primeira pena de morte federal imposta sob o governo Biden.
Segundo a CNN, a decisão de condenar o atirador à morte teve de ser unânime. Caso contrário, teria sido condenado à prisão perpétua sem liberdade condicional.
Recorde-se que a 27 de outubro de 2018, Bowers irrompeu na sinagoga Tree of Life de Pittsburgh armado com três pistolas e uma espingarda de assalto semiautomática.
Gritando "todos os judeus devem morrer", abriu fogo e matou 11 pessoas, entre as quais uma devota de 97 anos, em plena cerimónia de 'shabbat', num bairro judeu histórico de Pittsburgh, perpetrando o mais mortal ataque contra a comunidade judaica alguma vez ocorrido nos Estados Unidos.
Antes disso, tinha publicado mensagens racistas, antissemitas e contra imigrantes numa rede social de extrema-direita.
O então presidente norte-americano, o Republicano Donald Trump, pediu a pena de morte, um pedido seguido pelo Departamento de Justiça da altura e confirmado após o início do mandato do atual Presidente, o democrata Joe Biden, a 20 de janeiro de 2021.
Mas depois de o candidato Biden ter prometido, em 2020, abolir a pena de morte à escala nacional, este julgamento reacendeu o debate em torno dessa punição suprema ainda praticada em muitos Estados federados norte-americanos.
Logo em 2019, o procurador federal de Pittsburgh avisou que iria pedir a pena de morte para Robert Bowers, invocando a sua "ausência de remorsos" e "o seu ódio e o seu desprezo" pelos judeus.
Durante as sessões do julgamento, iniciadas no final de maio, a sua advogada Judy Clarke admitiu de imediato que o seu cliente era mesmo o homem que disparara sobre judeus.
"É inútil procurar sentido num ato sem sentido", defendeu ela, procurando, acima de tudo, salvar a vida de Bowers em vez de clamar a sua inocência.
Segundo a organização norte-americana de combate ao antissemitismo Anti-Defamation League, o país assistiu em 2021 a um número recorde de 2.717 atos antissemitas (agressões, ataques verbais, destruição de bens materiais, etc.), o que representa um aumento de 34% num ano.
Em 2022, esta associação contabilizou 3.697 atos antissemitas (mais 36% num ano), um número inédito desde 1979, frisou o Washington Post.
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