Estes dados positivos são resultados de "política pública com base em evidência", sustentados "com muita ciência" e que demonstram o regresso "das políticas ambientais e o respeito pelas instituições", enfatizou a ministra do Ambiente do Brasil, em conferência de imprensa, realizada na sede do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, em Brasília.
Estes resultados são consequência de um trabalho das instituições de prevenção e de atuação na Amazónia que "foram ameaçados, censurados pelo Governo anterior", frisou, referindo-se ao ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, que chefiou o país entre 2019 e 2022.
Ao apresentar os resultados históricos de julho na Amazónia, que tiveram uma queda de 66% em relação ao ano anterior, o coordenador-geral de Ciências da Terra, Gilvan Sampaio, recordou que este mês costuma ser "intenso para o desmatamento" porque é o período com menor pluviosidade e o mais favorável às atividades de desflorestação.
Os altos números divulgados durante o Governo de Jair Bolsonaro "causavam constrangimento e hoje vemos a casa aberta sem medos de apresentar os resultados", disse.
De janeiro a julho, a Amazónia brasileira perdeu 3.149 quilómetros quadrados de vegetação, uma redução de 42,5% em relação ao período homólogo de 2022.
Este valor inverteu a tendência de aumento da devastação registada nos últimos meses do Governo de Bolsonaro, que cresceu 54,1% em termos anuais entre agosto e dezembro de 2022.
Há um "mudança na curva: saímos de aceleração, para redução", enfatizou, durante a apresentação dos resultados, o secretário do Ambiente do Brasil, João Paulo Capobianco, frisando que deixou de haver "complacência em relação ao desmatamento".
O responsável detalhou ainda existir uma relação direta "entre as atuações no terreno e os dados de desmatamento".
Em comparação com o período anterior houve um aumento de 216% dos autos de infração, uma subida de 147% nas multas e um aumento de 254% de bens apreendidos, desde embarcações, a avionetas.
Um sinal negativo foi o aumento do desmatamento no Cerrado que subiu 20,7% de janeiro a julho, em comparação com mesmo período do ano passado.
O responsável justificou os números com a "grande concentração na Amazónia" dos meios de combate, havendo "menos tempo de ação direta no campo", mas também pelo facto de a percentagem de desmatamento legal no Cerrado ser muito superior ao permitido na Amazónia.
Ainda assim, as autoridades pretendem divulgar em outubro um plano de combate ao desmatamento no Cerrado.
Leia Também: Brasil, Colômbia e Peru iniciam combatem crime organizado na Amazónia