Níger. Delegação da CEDEAO abandona país sem se reunir com Junta Militar

A delegação da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) deslocaram-se à capital do Níger, mas abandonou o país poucas horas depois sem se encontrar com o chefe da Junta Militar. 

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Lusa
04/08/2023 09:20 ‧ 04/08/2023 por Lusa

Mundo

Crise

"Os enviados da CEDEAO partiram" na noite de quinta-feira e não se encontraram com o general Abdourahamane Tiani, o líder dos militares que afastaram do poder o chefe de Estado Mohamed Bazoum, disse à France Presse um dos membros da delegação. 

A delegação, chefiada pelo antigo chefe de Estado nigeriano Abdulsalami Abubakar, devia inicialmente encontrar-se com os militares golpistas do Níger "para apresentar as exigências dos líderes da CEDEAO", segundo um comunicado da presidência nigeriana.

O presidente da CEDEAO, Bola Tinubu, tinha exortado a delegação a "fazer tudo o que fosse possível" para encontrar uma "solução amigável" para a crise no Níger.

A CEDEAO impôs pesadas sanções a Niamey e deu aos golpistas um prazo até domingo para permitirem que o presidente Mohamed Bazoum, afastado do poder a 26 de julho, volte à presidência, alertando que é possível o uso da força.

Na quinta-feira à noite, os militares da Junta Militar do Níger anunciaram "retaliação imediata" em caso de "agressão ou tentativa de agressão" contra seu país por parte da CEDEAO.

Entretanto, o chefe de Estado deposto, Mohamed Bazoum, advertiu em entrevista ao jornal norte-americano Washington Post que se o golpe de Estado prevalece "toda a região pode cair sob influência russa". 

Num artigo publicado na quinta-feira, Bazoum pediu aos Estados Unidos e à "comunidade internacional" para apoiar o governo legítimo.

Bazoum criticou o Mali e o Burkina Faso por "apoiarem o golpe [de Estado] ilegal" e acusando os dois países de contratarem mercenários do grupo russo Wagner. 

Leia Também: Níger. Junta Militar avisa que ripostará a qualquer agressão da CEDEAO

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