"Na sequência do golpe de Estado no Níger, o Conselho de Ministros suspendeu, por enquanto, a cooperação direta com o Governo central deste país africano", declarou o Ministério dos Negócios Estrangeiros neerlandês.
"Trata-se do apoio a programas no domínio da cooperação para o desenvolvimento e da segurança, que são canalizados através do Governo central", declarou em comunicado, sublinhando que não pretendia "cooperar com os líderes do golpe".
Em particular, foi suspensa uma contribuição de mais de seis milhões de euros para um projeto de saúde e uma ajuda de quase quatro milhões de euros para um programa de reforço do sistema prisional.
O apoio no valor de cinco milhões de euros para a formação de guardas de fronteira móveis, no âmbito de uma missão europeia, foi também "suspenso por enquanto".
No entanto, o Governo demissionário afirmou que estava a estudar "que outros programas poderiam ser prosseguidos", sem passar pelo Governo central, para apoiar a população, por exemplo através da ONU, de outras organizações internacionais e de parceiros locais.
No início deste ano, os Países Baixos concluíram acordos com o Governo do Níger sobre uma parceria relativa à migração. A sua preparação está "suspensa enquanto se aguardam novos desenvolvimentos".
Dezanove cidadãos neerlandeses deixaram o Níger em diferentes aviões na quarta-feira. Cerca de 25 pessoas presentes no país foram registadas no ministério. A embaixada neerlandesa no país foi encerrada ao público até nova ordem.
O golpe de Estado no Níger foi liderado em 26 de julho pelo autodenominado Conselho Nacional de Salvaguarda da Pátria, que anunciou a destituição do Presidente, a suspensão das instituições, o encerramento das fronteiras (que foram posteriormente reabertas) e um recolher obrigatório noturno até nova ordem.
O Níger tornou-se assim o quarto país da África Ocidental a ser liderado por uma junta militar, depois do Mali, da Guiné-Conacri e do Burkina Faso, que também tiveram golpes de Estado entre 2020 e 2022.
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