A junta militar do Níger cortou relações diplomáticas com França, Estados Unidos, Togo e Nigéria, após terem fracassado as negociações com uma delegação do bloco regional, a Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (ECOWAS, em inglês), que procuravam resolver o impasse político após a deposição do presidente Mohamed Bazoum, na semana passada.
A BBC cita Col Amadou Abdramane, porta-voz da junta militar, que fez o anúncio na televisão estatal do Níger, dirigindo-se aos embaixadores destes quatro países no país.
Na quinta-feira, membros da junta reuniram-se com uma delegação liderada pelo general Abdulsalami Abubakar, antigo chefe de Estado militar da Nigéria, para discutir uma possível solução ao impasse em que o país africano se encontra. Os membros da junta acabaram por abandonar ao fim de apenas algumas horas, sem qualquer sinal de progresso nas negociações.
Os chefes de defesa da África Ocidental devem concluir, na Nigéria, uma reunião de três dias sobre eventuais intervenções militares no Níger, caso a via diplomática não se prove frutuosa.
O golpe de Estado no Níger foi liderado em 26 de julho pelo autodenominado Conselho Nacional de Salvaguarda da Pátria, que anunciou a destituição do Presidente, a suspensão das instituições, o encerramento das fronteiras (que foram posteriormente reabertas) e um recolher obrigatório noturno até nova ordem.
O Níger tornou-se assim o quarto país da África Ocidental a ser liderado por uma junta militar, depois do Mali, da Guiné-Conacri e do Burkina Faso, que também tiveram golpes de Estado entre 2020 e 2022.
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