Tufão obriga encontro de escoteiros na Coreia do Sul a acabar mais cedo
Evento foi fustigado, primeiro por uma onda de calor e, agora, pelo tufão Khanun.
© REUTERS/Kim Hong-Ji
Mundo Coreia do Sul
O 'World Scout Jamboree', um encontro internacional de escoteiros que decorre na Coreia do Sul, terá de acabar mais cedo, devido à passagem do tufão Khanun pelo país asiático.
A chegada do tufão vem piorar um panorama já complicado, após milhares de escoteiros terem abandonado o evento devido à onda de calor que assola a Coreia do Sul.
Nesta segunda-feira, o organismo internacional de escotismo confirmou a retirada antecipada dos mais de 40 mil escoteiros que participam no evento, devido ao alerta oficial de Seul para o fenómeno meteorológico.
“Pedimos urgentemente ao governo [sul-coreano] que agilize o plano de partida e forneça todos os recursos e apoio necessários aos participantes durante a estadia e até o retorno aos seus países de origem", apelou o mesmo organismo, citado pelo jornal The Guardian.
Não foram fornecidos pormenores sobre o local onde os participantes serão acolhidos antes de regressarem a casa. Todas as atividades previstas para esta tarde foram canceladas e os participantes vão começar a deixar o campo, na terça-feira de manhã, avançou a agência de notícias sul-coreana Yonhap.
Antes do tufão, já uma onda de calor causou a partida antecipada de milhares de escoteiros, após o registo de centenas de casos de indisposição associada às altas temperaturas, apesar dos esforços da organização.
Ao Notícias ao Minuto, fonte do ministério dos Negócios Estrangeiros garantiu que "a embaixada de Portugal em Seul foi informada da retirada dos escoteiros do acampamento onde se encontram, pelas autoridades sul-coreanas e continua a acompanhar o contingente de participantes portugueses".
Até ao momento, as informações são que "todos se encontram bem", sendo que "quatro cidadãos nacionais estão hospitalizados por Covid-19 mas não inspiram cuidados de maior". A retirada "terá lugar durante o dia de amanhã, terça-feira, e os participantes deverão ser alojados, temporariamente, em Seul e arredores, em alojamentos definidos pelas autoridades locais", disse ainda o MNE.
O gabinete do Presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, afirmou que os participantes podiam ser realojados em Seul e arredores, de acordo com um comunicado.
O tufão Khanun, que matou pelo menos uma pessoa quando passou pelo arquipélago japonês de Okinawa na semana passada, deverá chegar à Coreia do Sul na quinta-feira, de acordo com os serviços meteorológicos.
Cerca de 43 mil pessoas de todo o mundo participam no festival, em Saemangeum, na costa ocidental da Coreia do Sul. O festival, organizado de quatro em quatro anos, devia terminar a 12 de agosto.
Mas o evento transformou-se rapidamente num pesadelo: milhares de participantes, incluindo 4.000 britânicos e 1.500 norte-americanos, abandonaram o encontro prematuramente no final da semana passada devido ao calor extremo e à má organização.
De acordo com as autoridades locais e os organizadores, cerca de 600 participantes sofreram uma insolação ou outras doenças relacionadas com as temperaturas tórridas.
Os britânicos retiraram-se para Seul, enquanto os norte-americanos foram acolhidos pelo exército dos Estados Unidos, na base de Pyeongtaek, a sul da capital.
Os escoteiros de Singapura também decidiram abandonar o local mais cedo do que o previsto.
A península coreana vive atualmente uma vaga de calor húmido, com temperaturas diárias entre os 35 e os 38 graus, o que levou a um alerta máximo de vaga de calor.
Nos últimos dias, os meios de comunicação social locais descreveram a situação como "uma vergonha" para o país, tendo em conta o tempo tido para preparar este gigantesco encontro de verão.
O governo sul-coreano enviou médicos e enfermeiros militares, bem como autocarros com ar condicionado e camiões frigoríficos carregados de água gelada.
Foi igualmente aprovada uma ajuda de emergência de 6,9 mil milhões de won (4,8 milhões de euros) para fazer face à situação.
Além dos problemas causados pelo calor, os meios de comunicação social locais referiram as más condições de acampamento, com instalações sanitárias "longe de serem ideais", incluindo chuveiros e casas de banho.
Para piorar a situação, as autoridades regionais informaram no sábado que pelo menos 70 participantes de uma missa tinham contraído Covid-19.
[Notícia atualizada às 12h23]
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