Rejeitado processo de difamação movido por Trump contra E. Jean Carroll

Um juiz federal dos EUA rejeitou hoje um processo de difamação apresentado por Donald Trump contra a escritora e colunista E. Jean Carroll, que há um mês ganhou uma ação civil contra o ex-presidente por agressão sexual.

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Lusa
07/08/2023 23:49 ‧ 07/08/2023 por Lusa

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EUA

Trump processou Carroll na sequência de uma entrevista da escritora à estação CNN, depois da sentença em que o magnata republicano foi condenado a pagar uma indemnização de cinco milhões de dólares (4,63 milhões de euros) por abuso sexual em 1996, com o júri a rejeitar as alegações de violação.

Na entrevista, E. Jean Carroll, quando questionada sobre se Trump a violou, garantiu: "Sim, ele violou".

Apoiando-se nessa diferença entre as alegações de violação e a condenação por abuso sexual, o ex-presidente norte-americano processou a colunista, por considerar que esta fez uma declaração falsa e que isso prejudicava a sua imagem.

O juiz Lewis Kaplan, no entanto, rejeitou hoje este processo, apontando que as palavras da vítima são "substancialmente verdadeiras", uma vez que o júri determinou que Trump a penetrou, mesmo que fosse com os dedos e não com o pénis, como exigido por uma acusação de violação sob a lei de Nova Iorque.

No mês passado, Kaplan recusou a pretensão de Donald Trump de um novo julgamento ou uma revisão da indemnização por danos no caso do abuso sexual de E. Jean Carroll.

Em 2022, Carroll acusou Trump de a ter violado num provador de um grande armazém, em 1996, processo que foi resolvido e 09 de maio, quando o júri o considerou 'responsável' (culpado, segundo o vocabulário nos casos civis) de abuso sexual e difamação.

Trump e Carroll voltam a enfrentar-se na justiça a partir de janeiro, em mais um processo de difamação decorrente de uma ação movida em 2019 pela escritora, também ligada aos abusos sexuais que sofreu em meados da década de 1990.

Numa ordem separada, o juiz determinou hoje que os advogados de Carroll podem entregar ao Ministério Público de Manhattan uma gravação de uma declaração sob juramento que Trump fez perante estes antes do julgamento.

Os procuradores poderão utilizar esse vídeo para se preparar para outro julgamento, desta vez marcado para março, no qual o ex-presidente é acusado de falsificar documentos comerciais num caso que envolveu a atriz pornográfica Stormy Daniels, com quem Trump teve um caso em 2006.

Leia Também: Antigo procurador nomeado por Trump diz que acusações são "legítimas"

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