Casal detido na Galiza por venda de medicamentos para abortar em casa

Homem falsificava receitas e depois vendia o medicamento através de anúncios nas redes sociais.

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Notícias ao Minuto
08/08/2023 11:32 ‧ 08/08/2023 por Notícias ao Minuto

Mundo

Espanha

O Corpo Nacional de Polícia de Espanha deteve um homem e a sua companheira, em Ferrol, na Galiza, por serem suspeitos de oferecer, através das redes sociais, medicamentos para "abortos em casa".

O homem chegou a ter 166 receitas do medicamento, que depois vendeu ilegalmente com o apoio da mulher.

Em comunicado, a polícia explica que a investigação teve início após uma denúncia anónima, que dava conta da existência de um anúncio sobre a venda de um medicamento para abortar.

Agentes especializados no combate ao cibercrime verificaram que havia "centenas de publicações" iguais em diversos sites na Internet e nas redes sociais.

"Nos anúncios que foram veiculados nas redes sociais, foi utilizado um nome de perfil com o nome original do medicamento para dar mais credibilidade ao que foi oferecido. Além disso, diferentes números de telefone e e-mails foram fornecidos para contactá-los. Esses anúncios ofereciam um medicamento com princípio ativo 'misoprostol', um medicamento para tratamento gástrico, mas que entre os seus efeitos colaterais está causar aborto", lê-se.

Já no final da investigação, as autoridades também receberam o alerta de um farmacêutico, que "detetou a falsificação da assinatura do médico que constava numa das receitas".

"Os agentes puderam verificar que no historial de prescrições do investigado constavam 166 carregamentos do medicamento com receita do Instituto Social das Forças Armadas (ISFAS), que posteriormente vendeu ilegalmente", revela a mesma nota.

A polícia explica ainda que, após as denúncias e diligências das autoridades, o suspeito "tomou diversas medidas de segurança e apressou-se em fechar os seus perfis nas redes sociais e alterar os telefones de contacto para a venda do medicamento".

Ainda assim, novas diligências permitiram à polícia perceber que os suspeitos "continuaram com o negócio utilizando um novo número de telefone e outros perfis nas redes sociais para futuros pedidos", além de conseguirem provar que tinham falsificado a assinatura de um médico nas 66 receitas.

"Os investigadores também conseguiram provar que o suspeito enviava os medicamentos por meio de empresas de encomendas a centenas de compradores em toda a Espanha e que, para não levantar suspeitas, os comprava em diferentes estabelecimentos farmacêuticos", revela.

O homem e a companheira foram detidos e são suspeitos de crimes contra a saúde pública, cooperação necessária ao aborto, falsificação documental e fraude.

A polícia nota ainda que as autoridades sanitárias alertam para o perigo da utilização deste medicamento por grávidas sem receita médica, pois pode causar graves problemas de saúde.

Leia Também: Colisão com javali provoca duas vítimas mortais em Espanha

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