Motim na Rússia? "Operação coordenada com Putin para expor generais"
As palavras são do secretário do Conselho Nacional de Segurança e Defesa (NSDC) da Ucrânia, Oleksiy Danilov.
© Reuters
Mundo Oleksiy Danilov
O motim na Rússia, em junho, liderado pelo antigo líder do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, e pelos seus mercenários foi uma operação especial coordenada com o presidente russo, Vladimir Putin, alegou o secretário do Conselho Nacional de Segurança e Defesa (NSDC) da Ucrânia, Oleksiy Danilov, esta terça-feira.
"Hoje já podemos dizer que se tratou de uma operação especial coordenada com Putin para expor os generais que não eram totalmente leais a Putin e à sua comitiva", referiu Danilov, citado pelo New Voice of Ukraine.
O oficial sugeriu ainda que Kyiv está ciente do número desses generais, acrescentando alguns deles estão atrás das grades e foram dispensados das suas funções.
Segundo Danilov, as "divergências" no seio do Estado russo continuarão a ganhar força. "E acreditamos que isso vai acontecer no outono ou no inverno deste ano, porque o número de pessoas que percebe o plano de Putin [com a guerra] está a aumentar todos os dias", acrescentou.
Quando questionado por um jornalista sobre quem poderia provocar a próxima revolta na Rússia, Danilov disse que essa questão "requer tempo", sublinhando acreditar, no entanto, que poderá ser uma figura inesperada que será rapidamente apoiada pelo povo.
Na ótica do secretário do NSDC da Ucrânia, "o amor está apenas a um passo do ódio" na Rússia, sugerindo que a opinião pública no país poderá rapidamente virar-se contra o governo de Putin.
Já anteriormente, o The Washington Post noticiou que as agências de informação russas informaram Putin sobre o motim dos Wagner vários dias antes de este acontecer.
Recorde-se que o líder do grupo de mercenários Wagner, Yevgeny Prigozhin, ocupou o comando militar russo na cidade de Rostov-on-Don, em junho, e mandou avançar uma coluna de mercenários para Moscovo.
Prigozhin exigia a demissão do ministro da Defesa russo, general Serguei Shoigu, e do chefe do estado-maior, general Valery Gerasimov, a quem acusou de atacar o Grupo Wagner e de incompetência na guerra contra a Ucrânia.
O chefe do Wagner mandou parar a coluna de mercenários a cerca de 200 quilómetros de Moscovo, depois de ter aceitado ir para a Bielorrússia a troco de não ser processado criminalmente por incitação a um motim armado.
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