Casa Branca realiza cimeira sobre segurança informática nas escolas
A Casa Branca realizou hoje a sua primeira cimeira sobre cibersegurança a propósito de ataques informáticos a escolas, que levaram à divulgação de informação sensível sobre os alunos, como registos médicos, avaliações psiquiátricas e registos de agressões sexuais.
© BRENDAN SMIALOWSKI/AFP via Getty Images
Mundo EUA
"Se queremos salvaguardar o futuro das nossas crianças, temos de proteger os seus dados pessoais", disse a primeira-dama, Jill Biden, que é professora, no evento.
"Todo o estudante merece a oportunidade de ver um conselheiro escolar quando estiver com problemas, e não se preocupar que essas conversas venham a ser divulgadas em público", acentuou.
Pelo menos, 48 distritos escolares relataram ataques informáticos este ano, o que já é o triplo do registado no ano passado, segundo a empresa de segurança informática Emsisoft.
Um relatório da agência de auditoria do Congresso dos EUA (GAO, na sigla em Inglês), datado de outubro de 2022, apontou que 1,2 milhões de estudantes foram afetados em 2020, com o intervalo de dias escolares perdidos entre três dias e três semanas.
"Não se subestime a crueldade dos que nos querem fazer mal", disse o secretário da Segurança Interna, Alejandro Mayorkas, durante a cimeira, mencionando que até relatos de tentativa de suicídio tinham sido divulgados nas redes sociais por chantagistas criminosos e instou os professores a usarem os recursos federais já disponíveis.
O presidente da entidade sem fins lucrativos Consortium for School Networking [Consórcio para a Rede Escolar], Keith Kroeger, queixou-se da escassez de verbas federais, mas declarou-se satisfeito com a iniciativa da Casa Branca.
O efeito mais duradouro destes ataques informáticos, com vista à obtenção de resgate, não é o encerramento de escolas, os custos de recuperação avaliados em vários milhões de dólares nem sequer a subida dos prémios de seguros. É o trauma para os professores e funcionários, os estudantes e os pais que resulta da exposição em linha de registos pessoais.
Enquanto outras entidades atacadas pelos extorsionistas digitais fortificaram e dividiram as suas redes e ligações informáticas, encriptaram informação e instituíram autenticação multifatorial, os sistemas escolares têm sido lentos a reagir.
Uma das grandes razões para isso é a falta de vontade de contratar segurança informática a tempo inteiro.
No seu inquérito anual, de 2023, o Consortium for School Networking apurou que apenas 16% das jurisdições escolares têm profissionais da segurança informática a tempo inteiro, menos do que os 21% registados no ano anterior.
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