Segundo a ONU, há cerca de 5,5 milhões de refugiados sírios registados no Líbano, na Jordânia, na Turquia, no Iraque e no Egito.
Um retorno gradual dos refugiados à Síria é uma das principais reivindicações dos países árabes, que reintegraram o regime de Damasco na Liga Árabe em maio passado.
"Como pode um refugiado voltar sem água, sem eletricidade, sem escolas para os filhos, sem cuidados médicos? Isso é o básico da vida", declarou Assad numa entrevista hoje transmitida pela televisão Skynews Arábia, sediada nos Emirados Árabes Unidos.
Questionado sobre qual seria o principal obstáculo ao retorno dos refugiados, o chefe de Estado sírio respondeu: "No plano logístico, são as infraestruturas destruídas pelo terrorismo".
Referiu igualmente a necessidade de um "diálogo" sobre o assunto com "organismos da ONU encarregados do aspeto humanitário", falando de discussões "práticas", em especial sobre "a forma de financiar" os retornos.
Segundo analistas, a Síria está a contar com os países árabes, sobretudo os ricos Estados do Golfo Pérsico, para financiar a sua reconstrução.
A revolta pacífica que aconteceu em 2011 degenerou numa guerra civil destrutiva que fez cerca de meio milhão de mortos.
Isolado no plano diplomático após a repressão da sublevação, Bashar al-Assad regressou pela porta grande à Liga Árabe em maio, ao participar numa cimeira na Arábia Saudita.
Mas, além do retorno ao país dos refugiados sírios instalados nos países vizinhos, os Estados árabes exigem à Síria que combata o tráfico de droga, em particular de captagon (uma droga sintética conhecida como "a cocaína dos pobres"), um estimulante de que o país é grande produtor e exportador.
"Quando há uma guerra e o Estado está enfraquecido, é normal que esse comércio prospere", disse Assad sobre essa questão.
"Aqueles que carregam a responsabilidade dessa situação são os Estados que contribuíram para criar o caos na Síria, e não o Estado sírio", acrescentou.
Mencionou ainda contactos em curso com responsáveis árabes para combater o tráfico desse estupefaciente, argumentando: "Nós temos um interesse comum, que é erradicar esse fenómeno".
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