Após a eleição presidencial de 09 de agosto de 2020, um vasto movimento de protesto levou centenas de milhares de bielorrussos às ruas para denunciar a fraude eleitoral que resultou na reeleição de Lukashenko, no poder desde 1994.
As manifestações foram dispersadas à força e centenas de pessoas foram detidas e dezenas de milhares conduzidas ao exílio.
Os Estados Unidos, que já impuseram sanções à Bielorrússia, revelaram hoje a adoção de novas medidas, incluindo contra a companhia aérea Belavia e um magnata do tabaco próximo de Lukashenko.
Além das sanções do Departamento do Tesouro dos EUA contra oito indivíduos e cinco entidades, o Departamento de Estado revelou que impôs proibições de visto a 101 autoridades bielorrussas.
"Os Estados Unidos continuam ao lado do bravo povo da Bielorrússia que deseja viver num país onde prevaleçam o Estado de direito, o respeito pelos direitos humanos e um governo democraticamente eleito", frisou o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, em comunicado.
Em Otava, a ministra dos Negócios Estrangeiros do Canadá, que classifica as eleições de 2020 como fraudulentas, impôs sanções contra nove indivíduos e sete entidades "em resposta a graves e sistemáticas violações dos direitos humanos".
"Os perpetradores de abusos dos direitos humanos não devem ter direito à impunidade", destacou Mélanie Joly, acrescentando que o "apoio da Bielorrússia aos atos vergonhosos da liderança russa não ficará impune".
A chefe da diplomacia canadiana revelou que a União Europeia (UE), Reino Unido e Nova Zelândia planeiam ações paralelas.
Aliada de Moscovo, a Bielorrússia permitiu que a Rússia utilizasse o seu território para a sua ofensiva na Ucrânia lançada em 2022, agravando as tensões com os países ocidentais.
Por sua vez, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Bielorrússia, numa declaração hoje divulgada, afirmou que "a Bielorrússia conseguiu manter e fortalecer o seu estatuto, apesar das sanções ilegais, do fechamento do espaço aéreo e do bloqueio de fronteiras, da pressão no campo da informação e das provocações de alguns membros da UE".
O governo liderado por Lukashenko denunciou também julgamentos "baseados em acusações falsas e banais" que "não podem influenciar o caminho" escolhido por Minsk e acusou a UE de levar a cabo uma "política agressiva", exigindo o reconhecimento da vitória de Lukashenko nas eleições de 2020.
Antes, o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, tinha criticado a forma como os protestos de 2020 foram "reprimidos com extrema brutalidade pelo regime de Lukashenko".
Borrell também acusou a Bielorrússia de se ter tornado uma "ameaça à segurança regional e internacional".
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