O ataque ocorreu às 11:00 locais (09:00 em Lisboa) e teve por alvo a região de Ivano-Frankivsk, que faz fronteira com a Roménia, uma parte do país raramente visada e localizada a centenas de quilómetros da linha da frente.
A força aérea ucraniana disse que apenas um dos mísseis Kh-47 foi intercetado pelas defesas antiaéreas de Kyiv e que os restantes atingiram infraestruturas civis, incluindo uma área residencial.
Os mísseis Kinzhal, que a Rússia estreou na Ucrânia em 2022, têm um alcance próximo dos dois mil quilómetros e ultrapassam dez vezes a velocidade do som, o que dificulta serem intercetados.
Segundo a Procuradoria-Geral da República da Ucrânia, um dos mísseis caiu sobre uma casa onde vivia uma família com três crianças.
"Um menino de 8 anos morreu em consequência do bombardeamento", disse a mesma fonte nas redes sociais, citada pela agência francesa AFP.
A procuradoria referiu que os socorristas estavam a tentar determinar se havia outras vítimas sob os escombros.
De acordo com a chefe da administração regional, Svitlana Onyshchuk, a criança ferida foi levada para o hospital em estado crítico.
"Os médicos fizeram tudo o que podiam, mas infelizmente não foi possível salvar a vida da criança", acrescentou.
Onyshchuk recordou ainda ao público que se deve abrigar em caso de alerta aéreo.
O oeste da Ucrânia é muito menos frequentemente alvo de bombardeamentos russos do que o resto do país, com a frente de guerra a estender-se por cerca de mil quilómetros no nordeste, leste e sul.
A Rússia ainda não se pronunciou sobre o ataque em Ivano-Frankivsk, mas confirmou hoje o bombardeamento de um hotel em Zaporijia (sul) na quinta-feira, que as autoridades ucranianas disseram ter causado um morto e 14 feridos.
O porta-voz do Ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov, disse que o ataque atingiu "um local de implantação temporária de mercenários estrangeiros".
No leste do país, segundo a agência noticiosa Ukrinform, as autoridades de Kherson informaram que três pessoas ficaram hoje feridas num ataque aéreo realizado de manhã cedo na aldeia de Komishani.
Os feridos - três mulheres de 50, 65 e 84 anos - foram levados para um hospital local depois de um edifício residencial ter sido atingido por projéteis.
Mais tarde, as forças russas lançaram explosivos a partir de um 'drone' (aparelho voador não tripulado) num centro de distribuição de ajuda em Berislav, embora as autoridades não tenham contabilizado qualquer vítima.
As informações divulgadas pela Ucrânia e pela Rússia sobre o curso da guerra não podem ser verificadas de imediato por fontes independentes.
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, mas as forças ucranianas lançaram uma segunda contraofensiva em junho, depois de terem recebido novas armas dos aliados ocidentais.
As autoridades de Kyiv têm reconhecido que a contraofensiva tem sido lenta e com resultados modestos.
Desconhece-se o número de vítimas do conflito, mas diversas fontes, incluindo a ONU, afirmam que será elevado.
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