"A audiência do caso entre J G Zuma e o Estado, que foi marcada para se realizar de 15 a 16 de agosto de 2023 na Divisão de KwaZulu-Natal do Tribunal Superior, em Pietermaritzburg, não se realizará como previsto", indicou, em comunicado, o gabinete do chefe da Justiça da África do Sul, Raymond Zondo.
"Em vez disso, o juiz presidente da Divisão de KwaZulu-Natal do Tribunal Superior, o juiz Thoba Poyo-Dlwati, conduzirá uma reunião virtual de gestão do caso com todas as partes envolvidas nas datas previamente marcadas para a sessão do tribunal", concluiu a nota.
O ex-presidente sul-africano e antigo líder do Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês), partido no poder desde 1994, está a ser julgado no caso de suborno e alegada corrupção pública na compra de armamento em 1999 pela África do Sul democrática pós-regime de segregação racial de 'apartheid'.
O início do julgamento do caso, de mais de 20 anos, estava previsto para breve, segundo as autoridades sul-africanas.
Na passada sexta-feira, Jacob Zuma, 81 anos, recebeu um "perdão especial" presidencial de Cyril Ramapahosa, e não será reencarcerado para cumprir uma pena de prisão de 15 meses por desrespeito à Justiça do país, anunciou o Governo sul-africano.
Jacob Zuma, chefe de Estado entre 2009 e 2018, enfrenta 18 acusações relacionadas com o caso, incluindo fraude, corrupção, lavagem de dinheiro e extorsão, no âmbito da compra de equipamento militar a cinco empresas de armamento europeias, em 1999, quando era vice-presidente de Thabo Mbeki.
O fabricante francês do setor da Defesa Thales enfrenta também acusações de corrupção e branqueamento de capitais. Tanto Zuma, como o grupo Thales sempre negaram as acusações.
O novo juiz é Nkosinathi Chili e substitui o juiz Piet Koen, que presidia ao caso de corrupção pública no negócio de armamento contra o antigo chefe de Estado sul-africano e que decidiu retirar-se, em janeiro passado, do julgamento do caso com cerca de 20 anos.
Em 17 de abril, o juiz Nkosinathi Chili adiou o julgamento para 15 de agosto para ouvir o novo recurso de Zuma, que tenta que o procurador principal no julgamento, Billy Downer, recuse o caso, acusando-o de parcialidade e de fuga de informação para a imprensa.
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