Os ministros Marco Antonio Ávila (Educação), Marcela Hernando (Mineração), Javiera Toro (Patrimônio Nacional) e Jaime de Aguirre (Cultura) serão substituídos por Nicolás Cataldo, Aurora Williams, Marcela Sandoval e Carolina Arredondo, respetivamente, noticiou a agência Efe.
"Para aqueles que entram hoje no executivo, peço que se entreguem totalmente à missão deste governo de promover uma sociedade mais justa", frisou Boric.
O mais recente reajuste ocorre após semanas de pressão da oposição e após a renúncia, na sexta-feira, do ministro do Desenvolvimento Social, Giorgio Jackson, 'braço direito' de Boric que estava envolvido desde junho numa polémica relacionada com alegados subsídios ilegais a fundações privadas.
A oposição de direita e extrema-direita condicionou as negociações de duas reformas importantes (fiscal e Segurança Social) à saída de Jackson, mas no sábado elevou o tom e expressou que essa alteração no governo não era suficiente.
As mudanças de ministros estão a ser interpretadas como uma concessão à oposição e ocorrem um dia antes dos partidos da direita, juntos na coligação Chile Vamos, se deslocarem ao palácio presidencial La Moneda, a pedido do chefe de Estado, para a retoma das negociações sobre as reformas, que são pilares do programa oficial de Gabriel Boric.
"O Chile não nos perdoará se não conseguirmos avançar em soluções onde os diagnósticos são claros há anos e se não avançarmos em acordos para acabar, por exemplo, com o drama das reformas injustas", sublinhou o Presidente sobre a retoma das negociações.
Nos dois anteriores reajustes no executivo, a ala moderada do governo saiu reforçada, unida na coligação Socialismo Democrático e formada pelos tradicionais partidos de centro-esquerda que governavam o Chile desde a queda da ditadura (1973-1990), em detrimento Apruebo Dignidad (Partido Comunista e Frente Ampla de Boric).
Esta última mexida mão altera a correlação de forças no governo, sem maioria no parlamento e com mais de metade do mandato pela frente.
A primeira remodelação ocorreu em setembro, depois que mais de 62% dos chilenos rejeitarem em referendo uma proposta de nova Constituição progressista, defendida pelo governo, enquanto a segunda foi em 10 de março, um dia antes de Boric completar um ano no poder.
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