"Acompanho com preocupação o que está a acontecer no Níger e associo-me ao apelo dos bispos pela paz no país e pela estabilidade no Sahel", disse o líder da Igreja Católica após a oração dominical do Angelus, na Praça de São Pedro, na Cidade do Vaticano.
Francisco acrescentou que se une "em oração aos esforços da comunidade internacional para encontrar uma solução pacífica o mais rápido possível para o bem de todos".
Aos milhares de fiéis reunidos na Praça de São Pedro, o Papa pediu para que rezassem pelo "querido povo nigerino" e por "todas as populações feridas por guerras e violências", em particular as da Ucrânia, que "sofrem há muito tempo", desde que a Rússia invadiu o país há mais de um ano.
No Níger, uma junta militar derrubou em 26 de julho o Presidente Mohamed Bazoum, tornando-se no quarto país da África Ocidental a ser alvo de um golpe de Estado desde 2020.
O general Abdurahamane Tiani, que preside ao Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria, que governa o Níger desde o golpe de Estado, afirmou no sábado estar recetivo a qualquer diálogo que respeite as aspirações do povo nigerino e negou a intenção de "confiscar o poder".
Abdurahamane Tiani considerou "ilegais e desumanas" as sanções impostas pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que ameaça com uma intervenção militar para recuperar a ordem constitucional no Níger se fracassarem as vias diplomáticas.
Da CEDEAO fazem parte dois países lusófonos, Cabo Verde, que recusa uma intervenção militar, e Guiné-Bissau, que respeitará "todas as opções" da organização.
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