O advogado de Sonko, Ciré Clédor Ly, alertou para a degradação do estado de saúde do seu constituinte e mostrou-se muito preocupado com as "sequelas" que esta greve de fome está a deixar em Sonko.
"É um precedente perigoso chegar a extremos que podem custar a vida de um adversário político", advertiu Ly, citado pelo portal noticioso Senego.
"Há sempre tempo para salvar vidas e iniciar mecanismos para reconciliar corações e mentes, restabelecendo o Estado de Direito e respeitando os fundamentos de um Estado democrático", afirmou o advogado.
Sonko foi retirado dos cadernos eleitorais e não poderá participar nas eleições de 2024, devido a uma condenação na justiça. Em resposta, o seu partido, o agora dissolvido Patriotas Africanos do Senegal para o Trabalho, a Ética e a Fraternidade (Pastef), apelou à população para que protestasse contra o que considera ser um novo episódio na longa perseguição política de que diz ter sido alvo durante anos.
Sonko foi detido em 28 de julho e encontra-se em prisão preventiva desde 31 de julho, dia em que o ministério do Interior senegalês anunciou igualmente a dissolução do seu partido. Sonko iniciou a greve de fome no dia em que foi colocado em prisão preventiva.
Desde a sua detenção, eclodiram vários tumultos em Dacar e noutras cidades do país entre as forças policiais e os jovens, que queimaram pneus, montaram barricadas e bloquearam estradas em sinal de protesto.
Os protestos resultantes da prisão de Sonko somam já 15 mortes e danos materiais consideráveis.
Ousmane Sonko foi condenado em 01 de junho a dois anos de prisão por aliciamento de menores, um veredito que o torna inelegível para se candidatar a eleições, de acordo com os seus advogados e juristas. O político senegalês enfrenta ainda outro processo, aberto em março de 2021, por alegada violação de uma mulher.
O popular líder da oposição tem denunciado reiteradamente a "instrumentalização" da justiça pelo Presidente senegalês, Macky Sall, para o impedir de concorrer às próximas eleições presidenciais, previstas para 2024.
Conhecido pelo seu discurso "antissistema", Sonko critica a má governação, a corrupção e o neo-colonialismo francês, e tem muitos seguidores entre a juventude senegalesa.
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