A polícia palestiniana entrou no campo de refugiados em Tulkarem após os moradores terem apelado à Autoridade Palestina (AP) para remover as barreiras colocadas nas ruas, montadas por militantes locais, que bloqueavam o acesso a casas e escolas, disse o porta-voz da segurança palestiniana Talal Dweikat.
As barricadas metálicas angulares são um elemento comum nos campos de refugiados militarizados do norte da Cisjordânia ocupada, destinadas a deter os veículos militares durante os frequentes ataques do exército de Israel.
Depois de a polícia ter libertado as ruas das barreiras, Dweikat disse que militantes palestinianos começaram a disparar armas de fogo diante do 'Tulkarem Muqata', a sede da administração, e os agentes de segurança responderam ao ataque com o objetivo "de controlar a situação".
Um oficial de segurança palestiniano em Tulkarem, falando sob condição de anonimato, disse que um residente palestiniano não envolvido, que identificou como o jovem de 25 anos, foi atingido no fogo cruzado e acabou por morrer.
Esta fonte alegou que as forças de segurança palestinianas dispararam gás lacrimogéneo e granadas de som contra militantes do movimento 'Jihad Islâmica', mas não dispararam munição real.
Em cidades no norte da Cisjordânia sob a administração da Autoridade Palestina, as tentativas das forças de segurança palestinianas de reafirmar o controlo interno provocaram desagrado entre militantes islâmicos, que ridicularizam a AP e o seu líder, o Presidente Mahmoud Abbas, classificando-os como colaboradores de Israel.
A AP administra áreas semiautónomas no território ocupado por Israel. Incapazes de proteger os palestinianos contra ataques crescentes de colonos judeus e muitas vezes ataques militares israelitas em vilas e cidades palestinianas, as forças de segurança palestinianas têm enfrentado críticas públicas sobre a sua aparente impotência e é insultada pela aliança de segurança com Israel que remonta aos acordos de paz de Oslo há três décadas.
Mesmo com o fim dos combates no campo de Tulkarem, a situação permaneceu tensa. O chefe da polícia de Jenin, general Azzam Jebara, disse que a AP estava a enviar reforços da polícia para Tulkarem.
Em Hebron, também na Cisjordânia, as forças de segurança israelitas atiraram hoje sobre um homem palestiniano que teria tentado atropelar soldados num posto de controlo militar com seu carro, provocando ferimentos leves a um soldado, disseram as autoridades de Israel, que não informaram o estado de saúde do atacante.
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