Ligações a regime nazi cancelam 2.ª leilão que era recorde na Christie's
A primeira parte do leilão aconteceu em Maio, de forma online e presencialmente, em Genebra, na Suíça. Nas primeira fase, a Christie's lucrou mais do que com o leilão feito com as joias da atriz Elizabeth Taylor e com a coleção 'Maharajas and Mughal Magnificence', ou seja, mais de 100 milhões dólares, aproximadamente 93 milhões de euros.
© FABRICE COFFRINI/AFP via Getty Images
Mundo Holocausto
A Christie's cancelou a segunda ronda de um leilão de joias que que provinham de uma família com um passado nazi, de acordo com o que a empresa revelou, esta sexta-feira, à agência France-Presse (AFP).
A primeira parte do leilão aconteceu em Maio, de forma online e presencialmente, em Genebra, na Suíça. Nas primeira fase, a Christie's lucrou mais do que com o leilão feito com as joias da atriz Elizabeth Taylor e com a coleção 'Maharajas and Mughal Magnificence', ou seja, mais de 100 milhões dólares, aproximadamente 93 milhões de euros. Nesta segunda fase era esperado que os valores fossem semelhantes aos da primeira ronda.
A decisão de anular esta 2.ª ronda, marcada para novembro, acontece depois de um artigo sobre a situação ter sido publicado no New York Times. A empresa reconheceu que "a venda das joias de Heidi Horten causou um grande escrutínio".
"A reação às vendas afetou-nos profundamente e a tantos outros, e vamos continuar a refletir sobre isso", admitiram os responsáveis.
Em maio, a comunidade judaica pediu à Christie's para travar a primeira venda, referindo que era "indecente" e exigindo que a leiloeira fizesse mais para perceber quantas desses joias tinham vindo de vítimas do regime nazi.
A coleção pertencia à austríaca Heidi Horten, que morreu o ano passado, aos 81 anos, com uma fortuna de 2,9 milhares de milhões de dólares, cerca de 2,7 milhares de milhões de euros.
Segundo um relatório publicado em 2022, o marido desta mulher, Helmut Horte, que morreu em 1987, foi um membro do partido nazi, antes de ser expulso.
Em 1936, três anos depois de Adolf Hitler chegar ao poder na Alemanha, este homem ficou a tomar conta de uma fábrica de têxteis na cidade alemã de Duisburg. Isto aconteceu depois de os judeus terem fugido. Mais tarde, acabou por ter outras lojas que pertenciam à comunidade judaica.
Em maio, a Christie's defendeu que ia avançar com o leilão, argumentando que todos os lucros seriam doados a instituições de caridade.
"Separadamente, a Christie’s está a fazer uma doação significativa para a investigação e educação sobre o Holocausto”, disse referiu o responsável da Christie's, Rahul Kadakia à AFP, em maio, sublinhando que “o produto da venda será benéfico”.
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