Kim Jong-un deve ir à Rússia este mês para negociações com Putin
Os dois líderes deverão discutir o fornecimento de armamento aos russos para a guerra na Ucrânia, após meses de acusações por parte de autoridades ocidentais de que os norte-coreanos estariam a enviar armas para o conflito.
© KCNA/via REUTERS
Mundo Rússia
O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, deverá visitar a Rússia, durante o mês de setembro, para reunir com o presidente russo, Vladimir Putin, segundo avança esta segunda-feira o New York Times. Será uma rara saída do norte-coreano para fora das fronteiras do país.
O jornal norte-americano afirma, apontando fontes militares norte-americanas, que Kim planeia negociar com o presidente russo sobre o fornecimento de armas para a Rússia, que há muito que tem procurado promover relações com Pyongyang e aumentar o armamento disponível para combater na Ucrânia.
Com a confirmação das negociações, confirmam-se também as acusações dos aliados da NATO, nomeadamente os Estados Unidos, que há muito que apontam o dedo à Coreia do Norte por enviar armas para serem usadas no leste ucraniano.
Kim Jong-un deverá viajar a partir da capital norte-coreana, viajando de comboio armado até Vladivostok, localizada na longínquia costa pacífica da Rússia. Também há a hipótese de Kim ir até Moscovo, mas tal não foi confirmado.
As autoridades dos Estados Unidos explicaram que Putin pretende comprar, em específico, munições de artilharia pesada e anti-tanque, enquanto que a Coreia do Norte está interessada em tecnologia para satélites - que ainda há pouco tentaram enviar para o espaço, sem sucesso, enervando e preocupando os japoneses - e submarinos movidos a energia nuclear. Além disso, acrescenta o NYT, o regime ditatorial de Pyongyang pretende mais assistência alimentar para a sua população, subnutrida, após épocas de crise ambiental, de pandemia e de a opressão colocada pelo próprio regime.
Os líderes deverão reunir no campus da Universidade Federal de Vladivostok, para um fórum económico agendado para os dias 10 a 13 de setembro, acrescentam as fontes do Times.
A notícia surge depois de, na quarta-feira passada, a Casa Branca ter avisado que Putin e Kim Jong-un estavam a trocar cartas sobre um possível acordo nuclear. O porta-voz, John Kirby, chegou a considerar que as conversas entre ambos os países estavam a "avançar ativamente".
Surge também depois de meses em que os aliados da NATO acusaram a Coreia do Norte, e o Irão, de fornecer armamento à Rússia para combater na sua invasão na Ucrânia, e para tentar complementar o seu arsenal, que se tem demonstrado sem capacidade para subjugar os ucranianos.
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