Novo livro de jornalista detalha tensões entre Biden e Obama
Um novo livro sobre Joe Biden retrata o presidente norte-americano como alguém cuja educação de classe média fomentou um ressentimento contra as elites e causou tensões com o ex-presidente Obama, formado em Harvard.
© Getty Images
Mundo Estados Unidos
Biden, que foi oito anos vice-presidente de Obama, disse a um amigo que o então Presidente nem sequer sabia praguejar corretamente, de acordo com o livro 'O último Político: Dentro da Casa Branca de Joe Biden e a luta pelo futuro da América'.
Lançado hoje e escrito por Franklin Foer, um dos jornalistas da revista The Atlantic, o livro refere que Biden afirmou que Obama era incapaz de dizer asneiras com "o alongamento correto das vogais e a dureza necessária das consoantes", criticando o modo como as elites "devem praguejar na torre de marfim".
Atualmente, Biden é recandidato e o mais bem classificado entre os republicanos é o antigo Presidente Donald Trump, cujos apoiantes se queixam do elitismo da classe política de Washington
O livro de Foer oferece uma análise aprofundada dos dois primeiros anos de Biden no cargo, que o autor descreve como tendo englobado uma série de "desvios" antes de o Presidente começar a cimentar o seu legado através de realizações políticas emblemáticas e de uma "diplomacia criativa" que ajudou a juntar o mundo em torno da Ucrânia face à invasão russa.
Biden, 80 anos, continua a ter a sua idade questionada e Foer considera "impressionante" o facto de o Presidente participar em poucas reuniões ou eventos públicos antes das 10:00.
A secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, foi questionada na semana passada por um repórter que citou um trecho inicial do livro de Foer sobre o cansaço pessoal de Biden, relacionado com essa opção.
"É uma suposição ridícula", respondei Karine Jean-Pierre.
A luta da vice-presidente Kamala Harris para ter um papel para como a número dois de Biden é também abordada, mas Foer sugere que Harris pode ter prejudicado a sua própria causa nessa área, por ter pedido para ser encarregada das relações com a Escandinávia, um tema "longe dos holofotes".
O livro relata que a vice-presidente estava inicialmente entusiasmada com a ideia de ajudar a administração a combater as causas profundas da imigração, mas que acabou por começar a aceitar a ideia convencional de que se tratava de uma tarefa ingrata.
Foer diz que Biden tentou tratar Harris de forma mais respeitosa do que achava que Obama o tinha tratado frequentemente como vice-presidente, chamando-lhe "a vice-presidente" em vez de "a minha vice-presidente".
No entanto, nos primeiros dias do seu mandato, quando Biden estava a reunir a sua equipa para combater a pandemia do coronavírus, Biden brincou dizendo que o maior especialista em doenças infeciosas do país, Anthony Fauci, deveria sentar-se no lugar do vice-presidente.
O livro descreve também a caótica retirada dos Estados Unidos do Afeganistão em 2021 e indica que quando o conselheiro de segurança nacional de Biden, Jake Sullivan , transmitiu ao presidente que o presidente afegão Ashraf Ghani havia fugido do país, deixando Cabul cair nas mãos dos talibãs.
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