Portugal foi, esta quarta-feira, um 'dano colateral' na imprensa satírica espanhola, nomeadamente, num artigo do El Mundo Today.
"A esta hora da manhã, Feijóo anuncia que tem votos suficientes para governar Portugal" é o título desta sátira, que dá conta da instabilidade política que se vive no país vizinho, dado que, apesar de ter sido o partido mais votado nas eleições de julho, não conseguiu a maioria - continuando, mais de um mês depois, sem reunir os votos necessários para uma investidura como primeiro-ministro.
A publicação satírica dá conta de que, se realmente tivesse reunido os votos necessários, o presidente do Partido Popular de Espanha, Alberto Núñez Feijóo, estaria hoje muito otimista com a situação e também já teria apoios suficientes para formar "governo de forma folgada".
'De olho' no presidente do partido de extrema-direita VOX, que ainda na terça-feira reiterou o apoio a Feijóo num eventual governo minoritário, a publicação escreve: "Feijóo saiu revitalizado do seu reencontro esta manhã com Santiago Abascal e viu-se até na disposição de prometer que reduzirá a taxa de desemprego em Portugal de 6% para 5%. 'Estamos a preparar uma reforma trabalhista que pode trazer muito trabalho para o nosso país [em referência a Portugal]'".
O jornal El Mundo Today vai ainda mais longe, e chega mesmo até à Presidência. "A cada hora que passa, o Partido Popular está mais perto do Palácio de Belém", refere o jornal, como se fosse uma citação de Feijóo.
Para além de Belém, também a Catalunha foi alvo, dado que a notícia dá conta de um tema que também tem marcado os últimos dias em Espanha Em causa, está o pedido do ex-presidente do governo regional catalão Carles Puigdemont, que pediu amnistia para os independentistas condenados ou acusados por causa da tentativa de autodeterminação da Catalunha em 2017 para viabilizar o novo executivo de Espanha.
"Nunca faremos um acordo com os independentistas, disso podem ter a certeza", prometeria 'este' Feijóo.
E numa nota final, a sátira dá conta de que esta 'personagem' lamentou também não ter tido muito tempo para estudar a língua portuguesa, culpando as eleições antecipadas convocadas pelo, para já, primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez. "Estou a aprender aos poucos. É uma linguagem que me soa familiar, mas não sei bem a quê", atiraria.
Mas, se a Presidência não chegar para Feijóo, o Mundo Today tem a solução. "Embora já possa ser presidente de Portugal, Feijóo ainda tentará ser empossado como presidente de Espanha" e até "o primeiro espanhol a tornar-se presidente dos Estados Unidos".
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