A porta-voz adjunta do Pentágono, Sabrina Singh, disse em conferência de imprensa que os Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC), a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) estão de acordo sobre esta questão.
"O CDC concluiu que não há provas de que as munições de urânio empobrecido causem cancro. A OMS afirma que não há aumento da leucemia ou de outros cancros após a exposição ao urânio empobrecido. E mesmo a AIEA sublinhou inequivocamente que não existe qualquer ligação", afirmou.
Os EUA anunciaram hoje um novo pacote de ajuda militar à Ucrânia, no valor de 175 milhões de dólares, que inclui, pela primeira vez, munições com urânio empobrecido, de calibre 120 milímetros, destinadas aos tanques Abrams.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou que o fornecimento destes projéteis pelos EUA, que os russos também usam, é "uma péssima notícia", devido às consequências para a população do território onde as munições serão utilizadas.
Estas munições, segundo a diplomacia russa, provocam "uma nuvem radioativa em movimento e pequenas partículas de urânio que se depositam nas vias respiratórias, nos pulmões e no esófago, acumulam-se nos rins e no fígado, provocam cancro e inibem as funções de todo o organismo".
Os projéteis de urânio empobrecido são mais capazes de perfurar armaduras e a sua utilização tem sido, desde há muito, uma questão controversa devido aos seus potenciais impactos na saúde e no ambiente.
"O objetivo é perfurar tanques e ser utilizado de forma muito eficaz no campo de batalha. São munições de série, que serão utilizadas pelos tanques Abrams e muitos exércitos em todo o mundo utilizam urânio empobrecido. (...) Pensamos que são as mais eficazes para lidar com os tanques russos e ajudarão os ucranianos a defender o seu território", concluiu a porta-voz do Pentágono.
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