Putin, que conversou com os alunos do Instituto de Física Experimental na presença do diretor da agência nuclear russa, Rosatom, destacou que este centro é o resultado da política do Kremlin (Presidência russa) que visa garantir a "soberania tecnológica".
A este respeito, acusou mais uma vez o Ocidente de tentar conter e limitar o desenvolvimento da Rússia, provocando o conflito na Ucrânia, iniciado em 24 de fevereiro de 2022.
"As nossas previsões foram cumpridas (...). Começámos a pensar [em 2014] no que fazer para garantir a soberania. Muito já foi feito, mas, claro, ainda há muito a fazer", observou o chefe de Estado russo.
Durante a visita, o Presidente russo deixou no local um ramo de flores aos pés da estátua de Yuli Khariton, o criador em 1949 da primeira bomba atómica soviética (RDS-1).
Andrei Sakharov, que esteve na génese da bomba de hidrogénio e mais tarde seria galardoado com o Prémio Nobel da Paz pela criação do movimento de defesa dos direitos humanos na União Soviética, também trabalhou neste centro.
Sarov pertence às 30 cidades russas consideradas uma Divisão Administrativa Territorial Fechada (ZATO, na sigla em russo).
Em 27 de fevereiro de 2022, três dias após o início da guerra na Ucrânia, Putin colocou as suas forças nucleares em alerta em resposta a uma onda de sanções económicas ocidentais.
Em maio passado, a Rússia recusou-se a divulgar o número de ogivas nucleares que possuía ao abrigo do tratado de desarmamento nuclear START III, depois de os Estados Unidos terem tornado públicos esses dados.
Putin suspendeu o cumprimento do START III pelo seu país no início do ano, embora tenha defendido que a Rússia não estava a abandonar o acordo, mas apenas a suspendê-lo devido à atitude hostil de Washington, que apoia a Ucrânia com armas e financiamento.
O líder do Kremlin anunciou em junho o envio de armas nucleares táticas para a Bielorrússia, o seu principal aliado na campanha militar na Ucrânia e que faz fronteira com a Polónia, Lituânia e Letónia, Estados-membros da NATO e da União Europeia (UE), como medida dissuasora contra potenciais ameaças da Aliança Atlântica.
Leia Também: Levantamento de sanções? "ONU pretende prolongar vida do regime de Putin"