O presidente do Chile, Gabriel Boric (esquerda), marcou presença na iniciativa, segundo o relato das agências internacionais.
Durante alguns momentos, Gabriel Boric juntou-se ao cortejo que reuniu cerca de 5.000 pessoas, segundo fontes governamentais, tornando-se o primeiro líder chileno a fazê-lo desde o fim da ditadura em 1990.
Alguns manifestantes arremessaram pedras contra o palácio presidencial, destruíram as barreiras de segurança colocadas na via pública e danificaram o acesso a um centro cultural localizado no edifício, segundo a agência France-Presse (AFP).
Também ocorreram confrontos com a polícia em outras zonas da cidade ao longo do percurso da marcha, com alguns manifestantes a atirarem 'cocktails Molotov' e a ergueram, mas também a incendiarem, barreiras.
No interior do cemitério, que alberga um memorial às vítimas do regime de Pinochet, foram danificados alguns mausoléus, incluindo o de um senador de direita.
"Como Presidente da República, condeno categoricamente estes acontecimentos [...]. A irracionalidade de atacar aquilo por que Allende e tantos outros democratas lutaram é desprezível", reagiu Boric na rede social X (antigo Twitter).
Três polícias ficaram feridos e três pessoas foram detidas na sequência destes incidentes, segundo fontes governamentais.
Em 11 de setembro de 1973, o general Augusto Pinochet tomou o poder ao derrubar o Presidente Salvador Allende. O golpe de Estado iria marcar o início de uma ditadura sangrenta, oficialmente responsável por 3.200 assassinatos e desaparecimentos.
Hoje em Santiago do Chile, a maioria dos manifestantes, exibindo bandeiras chilenas e entoando palavras de ordem como "Verdade e justiça já" e "Allende está vivo", marchou de forma pacífica.
"Com esta marcha, recordamos que 1973 abalou a democracia no Chile e que continuamos a lutar para a manter e reforçar", explicou Luis Pontigo, 72 anos, um professor reformado que participava no desfile.
Hoje de manhã, Boric inaugurou uma exposição dedicada à memória de Salvador Allende no palácio presidencial La Moneda, na presença de membros da família do falecido líder socialista.
Vários chefes de Estado e de Governo, incluindo o primeiro-ministro português, António Costa, estão no Chile para participar nas cerimónias do 50.º aniversário.
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