"Hoje [segunda-feira] assinala-se o 50.º aniversário de um golpe de Estado abominável e cobarde contra o Governo socialista de Salvador Allende. Um golpe de Estado organizado pelos traidores que existem no mundo", disse Daniel Ortega, na comemoração do 44.º aniversário da constituição da Polícia Nacional da Nicarágua.
Ortega acrescentou que "os traidores continuam a desejar" o general Augusto Pinochet, que liderou o golpe de Estado contra Allende, e foi "abençoado pelos EUA e aplaudido na Europa", que "temiam outros governos socialistas na América [e], por isso, não condenaram esse golpe de Estado".
O Presidente nicaraguense continuou: "44% dos chilenos ainda anseiam por Pinochet e pela chegada ao poder de governos fascistas".
Ortega referiu-se ao que foi posto em prática nesse golpe de Estado como um "plano brutal", lembrando que o Estádio do Chile "estava cheio de apoiantes de Allende e mataram-nos, tal como ao cantor Víctor Jara".
O governante disse estar certo de que "no Chile, existe o exemplo, a força, a dignidade do Presidente Allende" e que "chegará o momento em que se abrirão as grandes avenidas da liberdade e da justiça", mas reconheceu que as "forças de direita" desse país têm "um poder económico imenso".
"Aqui prestamos homenagem, neste dia, ao Presidente Salvador Allende e aos milhares de chilenos que foram assassinados há 50 anos", salientou.
Em 11 de setembro de 1973, o general Augusto Pinochet tomou o poder ao derrubar o Presidente Salvador Allende. O golpe de Estado marcou o início de uma ditadura sangrenta que durou 17 anos, oficialmente responsável por 3.200 assassínios e desaparecimentos.
Daniel Ortega, de 77 anos, está no poder há 16 anos e seis meses consecutivos, sendo alvo de denúncias de autoritarismo e fraude eleitoral.
Leia Também: Isabel Allende ressentida com direita chilena por não condenarem golpe