Num comunicado, o executivo disse que a GRT, uma televisão detida pelo Governo da província vizinha de Guangdong, criou o Centro de Legendagem em Português da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, na Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau, na vizinha Hengqin (ilha da Montanha).
A Grande Baía é um projeto de Pequim para criar uma metrópole mundial que integra Hong Kong, Macau e nove cidades de Guangdong, numa região com cerca de 80 milhões de habitantes e com um produto interno bruto (PIB) superior a um bilião de euros, semelhante ao PIB da Austrália, Indonésia ou México, países que integram o G20.
O comunicado revela ainda que será lançada "uma série de programas originais produzidos pela GRT, com legendagem e dobragem em português" e que dois programas serão transmitidos "nos principais canais de televisão" dos países lusófonos.
O objetivo é "dar a conhecer ao público dos países de língua portuguesa (...) a cultura milenar chinesa e o novo desenvolvimento da China, contando bem as histórias chinesas", referiu o Governo de Macau.
A criação do centro foi anunciada num comunicado divulgado a propósito da inauguração da exposição "Audio-Visual China -- Histórias de Macau e dos Países de Língua Portuguesa".
Durante a cerimónia de inauguração, o editor-chefe adjunto da GRT, Shi Yanfeng, revelou que a empresa já legendou em português "quase cinco mil minutos" (mais de 80 horas) de programação para transmissão nos países lusófonos.
A administradora executiva da RTC -- Radiotelevisão Cabo-verdiana, Margarida Fontes, confirmou que as televisões de quatro países lusófonos já transmitiram este ano "500 horas de conteúdo sobre a China".
A RTC, a TVS -- Televisão Santomense, a TVM -- Televisão de Moçambique e Televisão Pública de Angola (TPA) assinaram hoje acordos com a estação pública TDM -- Teledifusão de Macau para a cooperação na troca de conteúdo audiovisual e formação de pessoal.
Durante a cerimónia, o presidente da Assembleia Geral da TDM prometeu que a televisão pública de Macau vai "fazer mais traduções de programas de língua portuguesa para que mais cidadãos chineses conheçam os países" lusófonos.
Ma Iao Heng disse que o lançamento de um canal da TDM na província vizinha, em 01 de outubro, vai permitir "transmitir mais cultura dos países de língua portuguesa aos habitantes de Guangdong".
Na cerimónia, o chefe do executivo de Macau, Ho Iat Seng, reiterou que a região continua "empenhada em transformar-se numa plataforma cultural entre a China e os países de língua portuguesa, como parte da diversificação da economia".
Em 2019, o então diretor-adjunto da Administração Nacional de Rádio e Televisão da China, Fan Weiping, disse querer que Macau criasse um centro de tradução e produção de programas de rádio e televisão em língua portuguesa.
O "número dois" do regulador chinês do setor audiovisual defendeu ainda o lançamento no território semiautónomo chinês de iniciativas de cooperação e intercâmbio de conteúdo audiovisual entre a China e os países de língua portuguesa.
A região administrativa especial chinesa poderá ser uma base de intercâmbio de programas para rádio e televisão entre a China e o mundo lusófono, disse o dirigente chinês.
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