Detenção de apoiante de opositor egípcio aumenta receios de agitação

O Egito prolongou a detenção de um apoiante do único candidato que está em campanha para as eleições presidenciais de 2024, denunciou hoje uma organização não-governamental egípcia, enquanto a oposição considera "intolerável" um terceiro mandato de Abdel Fattah al-Sissi.

Notícia

© Reuters

Lusa
12/09/2023 15:07 ‧ 12/09/2023 por Lusa

Mundo

Egito

A Frente Egípcia para os Direitos Humanos (EFHR) informou que um tribunal especial "prolongou" a detenção de Amr Ali Atiya "devido ao seu apoio 'online' a Ahmed al-Tantawi", o primeiro candidato declarado às eleições presidenciais previstas para a primavera de 2024.

Detido desde 30 de agosto, Atiya é acusado de "terrorismo" e de "falsas informações", segundo a organização não-governamental (ONG), acusação que também foi feita contra dois advogados "membros da campanha" de Tantawi, "detidos desde 04 de setembro".

Embora não o tenha anunciado, o chefe de Estado egípcio, Abdel Fattah al-Sissi, no poder desde que depôs o líder da Irmandade Muçulmana Mohamed Morsi, em 2013, está a ponderar recandidatar-se, segundo observadores locais.

"O Egito não vai tolerar um terceiro mandato" de Abdel Fattah al-Sissi, advertiram na segunda-feira, num comunicado, os 12 partidos da oposição congregada no Movimento Democrático Civil (MDC), uma coligação que tenta dar voz à oposição egípcia, severamente amordaçada há uma década.

Adiar a "mudança" levará o país "à beira da explosão", onde "as pessoas já não podem desfrutar de uma vida digna", no meio de "ondas ininterruptas de inflação e de subida de preços", salientou a coligação, no mesmo comunicado.

O MDC também denunciou a "dureza do tratamento" dado a "todos os candidatos às eleições presidenciais e as campanhas mediáticas frenéticas contra a oposição", vendo nelas "o sinal de uma vontade de manipular antecipadamente a organização das eleições".

No final de agosto, a oposição liberal já denunciava um processo "político" envolvendo o seu líder, Hisham Kassem, detido e em greve de fome há 20 dias, segundo os seus apoiantes, e cujo veredicto nos processos por "difamação" e "desacato ao tribunal" será conhecido no próximo sábado.

O Egito tem milhares de presos políticos. 

O Comité de Perdão Presidencial libertou mil deles no espaço de um ano, mas "três vezes mais foram presos" ao mesmo tempo, segundo várias ONG locais.

Leia Também: Egito propõe "roteiro" para resolver crise no Sudão

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas