A Frente Egípcia para os Direitos Humanos (EFHR) informou que um tribunal especial "prolongou" a detenção de Amr Ali Atiya "devido ao seu apoio 'online' a Ahmed al-Tantawi", o primeiro candidato declarado às eleições presidenciais previstas para a primavera de 2024.
Detido desde 30 de agosto, Atiya é acusado de "terrorismo" e de "falsas informações", segundo a organização não-governamental (ONG), acusação que também foi feita contra dois advogados "membros da campanha" de Tantawi, "detidos desde 04 de setembro".
Embora não o tenha anunciado, o chefe de Estado egípcio, Abdel Fattah al-Sissi, no poder desde que depôs o líder da Irmandade Muçulmana Mohamed Morsi, em 2013, está a ponderar recandidatar-se, segundo observadores locais.
"O Egito não vai tolerar um terceiro mandato" de Abdel Fattah al-Sissi, advertiram na segunda-feira, num comunicado, os 12 partidos da oposição congregada no Movimento Democrático Civil (MDC), uma coligação que tenta dar voz à oposição egípcia, severamente amordaçada há uma década.
Adiar a "mudança" levará o país "à beira da explosão", onde "as pessoas já não podem desfrutar de uma vida digna", no meio de "ondas ininterruptas de inflação e de subida de preços", salientou a coligação, no mesmo comunicado.
O MDC também denunciou a "dureza do tratamento" dado a "todos os candidatos às eleições presidenciais e as campanhas mediáticas frenéticas contra a oposição", vendo nelas "o sinal de uma vontade de manipular antecipadamente a organização das eleições".
No final de agosto, a oposição liberal já denunciava um processo "político" envolvendo o seu líder, Hisham Kassem, detido e em greve de fome há 20 dias, segundo os seus apoiantes, e cujo veredicto nos processos por "difamação" e "desacato ao tribunal" será conhecido no próximo sábado.
O Egito tem milhares de presos políticos.
O Comité de Perdão Presidencial libertou mil deles no espaço de um ano, mas "três vezes mais foram presos" ao mesmo tempo, segundo várias ONG locais.
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