Sófia "não apoia" a prorrogação das restrições, refere uma resolução aprovada pelo Parlamento por larga maioria (124 votos a favor e 69 contra), por iniciativa do governo pró-europeu.
O texto cita a "solidariedade com a Ucrânia" e a necessidade de "garantir a segurança alimentar global".
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, congratulou-se com a votação.
"A Bulgária está a dar um exemplo de verdadeira solidariedade", escreveu Zelensky na rede social X (antigo Twitter).
Em abril, a UE autorizou cinco Estados-Membros - Bulgária, Hungria, Polónia, Roménia e Eslováquia - a proibir a comercialização de trigo, milho, colza e girassol ucranianos desde que não impedissem o trânsito para outros países.
O objetivo era proteger os seus agricultores, que responsabilizavam estas importações pela queda dos preços nos seus mercados locais.
Na sequência da ofensiva russa da Ucrânia, a 24 de fevereiro de 2022, e do encerramento das rotas marítimas do Mar Negro, os cinco países assistiram a uma inundação de cereais baratos provenientes de Kiev, que ficaram retidos devido a problemas logísticos, em vez de serem transportados para África e para o Médio Oriente.
A Polónia já indicou que irá prorrogar unilateralmente a proibição, enquanto a Hungria e a Eslováquia aguardam o anúncio da Comissão, mas também já avisaram que farão o mesmo se Bruxelas decidir não alargar as restrições. A Roménia, por seu lado, indicou que irá acatar a decisão do executivo europeu.
A Bulgária distingue-se dos seus vizinhos por ser o país dos grandes produtores de óleo de girassol, que se queixavam de uma grave escassez de sementes e de preços elevados desde a introdução do embargo.
Os produtores de óleo de girassol, que se queixam de uma grave escassez de sementes e de preços elevados desde a introdução do embargo, saudaram o "triunfo da razão", enquanto os agricultores, que não gostam da concorrência ucraniana, denunciaram a resolução.
O primeiro-ministro búlgaro, Nikolay Denkov, explicou quarta-feira que o Governo considerou necessário "estimular a concorrência no mercado" para conter a inflação alimentar.
Sófia vai também pedir ajuda a Bruxelas para "melhorar as suas infraestruturas rodoviárias e ferroviárias, com vista a acelerar o transporte de mercadorias ucranianas para países terceiros".
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