As sanções estavam previstas expirar em outubro, de acordo com um calendário definido no agora extinto acordo nuclear entre Teerão e as potências mundiais.
Numa declaração conjunta, os três aliados europeus conhecidos como E3, que ajudaram a negociar o acordo nuclear, salientaram que vão manter as suas sanções numa "resposta direta ao incumprimento consistente e severo do Irão" do acordo.
As medidas proíbem o Irão de desenvolver mísseis balísticos capazes de lançar armas nucleares e proíbem qualquer pessoa de comprar, vender ou transferir 'drones' e mísseis de e para o Irão.
Incluem também o congelamento de bens de vários indivíduos e entidades iranianas envolvidas no programa nuclear e de mísseis balísticos.
O Irão violou as sanções ao desenvolver e testar mísseis balísticos e ao enviar 'drones' à Rússia, para a guerra lançada por Moscovo contra a Ucrânia.
As sanções permanecerão em vigor até que Teerão "cumpra totalmente" o acordo, frisou o E3.
A República Islâmica continua a sair dos compromissos assumidos no âmbito do acordo de 2015, em reação à saída unilateral do tratado por parte dos Estados Unidos, em 2018, decidida pelo ex-presidente Donald Trump.
As negociações formais para tentar encontrar um programa para reiniciar o acordo fracassaram em agosto de 2022.
O E3 informou o chefe de política externa da União Europeia (UE), Josep Borrell, sobre a sua decisão, acrescenta o comunicado.
Borrell, por sua vez, revelou que encaminhou a carta do E3 a outros signatários do acordo de 2015 -- China, Rússia e Irão.
Este anúncio surge num momento delicado para os Estados Unidos, que se preparam para finalizar uma troca de prisioneiros com o Irão que inclui o descongelamento de ativos iranianos congelados em bancos sul-coreanos no valor de 6 mil milhões de dólares.
O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Matthew Miller, realçou em declarações aos jornalistas que Washington está em contacto com os aliados europeus sobre "os próximos passos apropriados".
O Irão negou durante muito tempo ter procurado armas nucleares e continua a insistir que o seu programa é inteiramente para fins pacíficos, embora Rafael Grossi, líder da Agência Internacional de Energia Atómica, o órgão de vigilância nuclear da ONU, tenha alertado que Teerão tem urânio enriquecido suficiente para várias armas nucleares, caso decida construí-las.
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