Uma investigação norte-americana já tinha concluído que este ataque, ocorrido em 26 de agosto de 2021 perto do aeroporto de Cabul, não poderia ter sido evitado, o que não impede que as autoridades eleitas republicanas de continuarem a pressionar a administração do Presidente democrata Joe Biden por causa deste ataque e a retirada caótica do Afeganistão.
O ataque teve como alvo um agrupamento de pessoas que esperavam perto de Abbey Gate, um dos três pontos de acesso ao aeroporto de Cabul, para poderem apanhar um voo para deixar o país quando os talibãs acabavam de recuperar o poder.
Nos novos interrogatórios, "a equipa [de investigação] está a planear 19 outras entrevistas e talvez mais, se necessário", adiantou hoje o porta-voz do comando militar dos Estados Unidos para o Médio Oriente (Centcom), Michael Lawhorn, à agência France-Presse (AFP).
Estes novos interrogatórios ocorrem porque a examinação de depoimentos públicos permitiu determinar que as declarações feitas aos governantes norte-americanos pelo ex-fuzileiro naval Tyler Vargas-Andrews, ferido no ataque, incluíam elementos de informação "que não tinham sido mencionados por outros testemunhas", acrescentou Lawhorn.
Esta análise "permitiu também identificar soldados feridos durante o ataque a Abbey Gate que não tinham sido interrogados devido à sua evacuação imediata por razões médicas na sequência do ataque", sublinhou este porta-voz.
Estas novas audições permitirão "garantir que são feitas todas as verificações necessárias à luz das novas informações disponíveis e que todas as vozes são ouvidas (...) e examinadas com seriedade", concluiu.
No início deste ano, a Casa Branca confirmou que o mentor deste ataque suicida, um líder do grupo Estado Islâmico-Khorasan (IS-K), o braço local desta organização 'jihadista', tinha sido morto pelos talibãs.
A retirada do Afeganistão no final de agosto de 2021 pôs fim à mais longa intervenção militar dos Estados Unidos, de quase 20 anos, na sequência dos ataques de 11 de setembro de 2001.
Segundo o governo de Joe Biden, não havia outro cenário possível para a retirada, a não ser a manutenção de uma força militar americana reforçada e permanente no país para combater os talibãs.
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