Siyabulela Mandela encerrou desta forma a conferência deste dia da Humanity Summit (Cimeira da Humanidade), que decorreu na Culturgest, em Lisboa, e juntou dezenas de ativistas e representantes do movimento social e filantropo.
O bisneto do líder histórico da África do Sul, e galardoado com o Prémio Nobel da Paz, começou por recordar as suas origens e questionar se, efetivamente, todos querem ser um só e se isso alguma vez será possível.
E exemplificou com o recente caso da luta contra o novo coronavírus que, numa fase inicial, uniu a humanidade em busca de uma vacina, mas que quando esta foi encontrada, o norte global ficou com elas, mesmo as que não precisava e o sul teve de "chorar e implorar" para conseguir algumas.
"Nunca poderemos ser um só enquanto raça humana", disse, defendendo que, provavelmente, nem isso deve ser desejável.
E acrescentou: "Eu quero ser descendente dos meus ancestrais e ser celebrado pela minha singularidade".
Convicto da força da mensagem de Nelson Mandela - de paz, amor e unidade -- Siyabulela esclareceu que nunca teve a intenção de "construir pontes", nem tão pouco desiludir quem pensava que era isso que defendia.
"Não quero ser como tu, quero ser eu", afirmou.
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