Meloni satisfeita com resultados, confessa dificuldades com imigração

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, congratulou-se hoje com o bom desempenho económico, um ano após ter vencido as eleições gerais, mas confessou que, em termos de gestão da imigração, o grande trunfo eleitoral, esperava "fazer mais".

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© Antonio Masiello/Getty Images

Lusa
24/09/2023 11:56 ‧ 24/09/2023 por Lusa

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Itália

"Esperava mais em matéria de imigração. Trabalhámos arduamente, mas os resultados não são os que esperávamos, porque a questão é muito complexa. Esta questão merece uma segunda fase de esforços", reconheceu a primeira-ministra da extrema-direita italiana num programa noticioso da televisão pública transalpina.

Meloni venceu as eleições de 25 de setembro de 2022, na sequência da demissão do seu antecessor, Mario Draghi, e, a 22 de outubro, tomou posse como primeira-ministra, a primeira mulher no cargo na história do país, apoiada pela coligação dos Irmãos de Itália, pela Liga, de Matteo Salvini, e pela Força Itália, de Silvio Berlusconi.

"O equilíbrio tem de ser feito pelos italianos. Pessoalmente, posso dizer que prometi entregar uma Itália melhor do que a que recebi e, após um ano, a Itália é mais credível, mais estável e mais ouvida. É o início de um trabalho que deverá ser avaliado no final dos cinco anos [da legislatura]", afirmou ao TG1.

Meloni reconheceu que, em termos de migração, os resultados não são os esperados, uma vez que 132.867 imigrantes desembarcaram no país até agora este ano, o dobro do que há um ano e o triplo do que em 2021, apesar de durante a campanha eleitoral ter prometido um "bloqueio naval" no Mediterrâneo para evitar esta situação.

Por outro lado, Meloni disse estar orgulhosa dos dados económicos, de "uma Itália que, depois de anos no fundo do poço, está agora a crescer mais do que a média europeia" -- a Comissão Europeia (CE) prevê um crescimento de 0,9% para Itália este ano, contra 1,2% em maio, enquanto a média da zona euro crescerá 0,8%.

A líder italiana também manifestou orgulho por ter "encontrado recursos para os que estão em dificuldades e para os rendimentos médios baixos" e ainda por ter cumprido a promessa de desmantelar o controverso "Rendimento de Cidadania", um subsídio aprovado na última legislatura pelo Movimento Cinco Estrelas.

Também se mostrou satisfeita por ter atuado "onde era necessário, como na banca e em áreas em que outros governos não se atreveram", numa referência ao imposto bancário sobre lucros extraordinários que assustou o setor em agosto passado.

Por outro lado, voltou a expressar dúvidas sobre a introdução de um salário mínimo, solicitado pela oposição de centro-esquerda.

"Surpreende-me que a oposição esteja hoje a descobrir a sua utilidade, porque em dez anos de governo não a tornaram possível. Receio que possa piorar as condições de mais trabalhadores do que beneficiar, mas aguardamos o relatório do Conselho Nacional da Economia e do Emprego (CNEL)", afirmou.

Meloni pretende ficar cinco anos no cargo, uma raridade num país que acumula 68 governos em cerca de sete décadas de democracia.

"Vejo um horizonte de cinco anos para levar a cabo as grandes reformas de que o país precisa", disse, enumerando as reformas fiscal, da justiça, do "mérito na educação", constitucional e outra para intervir na "emergência habitacional".

"Há muito trabalho a fazer, mas vamos cumprir os compromissos que assumimos", concluiu.

Leia Também: Incêndios na Sicília, Itália, causam dois mortos

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