Fontes do Palácio do Eliseu (sede da Presidência francesa) indicaram hoje que França quer que os participantes nessa cimeira cerrem fileiras em torno da proposta de Paris de enfrentar o problema a nível comunitário, uma ideia que Macron partilhou na terça-feira com a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni.
Paris quer que da cimeira de Valeta - a terceira que se realiza com nove Estados-membros da União Europeia (UE), após a integração da Croácia e da Eslovénia num grupo no qual já estavam Portugal, Espanha, França, Itália, Grécia, Malta e Chipre -- saia "uma mensagem clara sobre a necessidade de um envolvimento europeu", explicou o Eliseu.
Macron já teve a oportunidade de partilhar a sua convergência de pontos de vista com Meloni, que França considera que alterou a sua posição para se aproximar da do chefe de Estado francês, quanto à necessidade de resolver o problema no âmbito europeu.
O Presidente francês levará a Malta, onde também estarão os presidentes da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do Conselho Europeu, Charles Michel, as suas propostas sobre a necessidade de trabalhar nos países de origem dos migrantes, bem como nos de trânsito, que é preciso ajudar a combater as redes de tráfico de pessoas.
Além disso, Paris quer igualmente intensificar a presença europeia no controlo das águas do mar Mediterrâneo e ajudar os países de chegada no tratamento dos pedidos de asilo dos migrantes que consigam chegar a território europeu.
Em Malta, onde Macron aterrará procedente da Córsega, também se abordarão outros aspetos da agenda internacional, como as repercussões da guerra na Ucrânia na segurança alimentar, a melhoria na resposta às catástrofes naturais e o orçamento comunitário que está a ser debatido em Bruxelas.
Na cimeira, Portugal estará representado pelo primeiro-ministro, António Costa.
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