Moçambique inspira-se na "coragem" de Machel na luta contra o terrorismo

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, afirmou hoje que o país não cairá "nas mãos dos tiranos" apesar da ameaça do terrorismo, garantindo que as Forças Armadas inspiram-se na "coragem" de Samora Machel, que nasceu há 90 anos.

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Lusa
29/09/2023 19:19 ‧ 29/09/2023 por Lusa

Mundo

Filipe Nyusi

"Samora Machel nasceu a 29 de setembro de 1933, numa sexta-feira, portanto, um dia como hoje, em Chilembene, na província de Gaza, tendo tido uma trajetória de desafios de missões", começou por recordar o chefe de Estado, numa mensagem divulgada a propósito desta data e do primeiro Presidente de Moçambique.

"Como presidente da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), foi determinante para a derrota do regime colonial fascista, tanto no campo de batalha, como na frente diplomática. Ao celebrarmos esta data num contexto de ameaça à nossa soberania em resultado do terrorismo, como melhor presente por estas bodas de álamo, reafirmo que nunca deixaremos esta pátria nas mãos dos tiranos, pois as nossas Forças de Defesa e Segurança têm-se inspirado na coragem e bravura do seu primeiro comandante-chefe, o marechal Samora Machel, para defender esta nação contra o terrorismo e o extremismo violento", descreveu.

Samora Machel morreu em 19 de outubro de 1986 num acidente aéreo em Mbuzini, na África do Sul, e, se estivesse vivo, completaria hoje 90 anos.

Nesta mensagem, Filipe Nyusi garantiu que o Governo mantém "o compromisso de preservar e valorizar os ideais" de Samora Machel, "consolidando a unidade nacional, a paz e a democracia, protegendo a independência nacional, a integridade territorial, o desenvolvimento e o bem-estar do povo".

"Samora vive no coração de cada moçambicano. Viva a memória inesquecível do Presidente Samora Machel", concluiu o chefe de Estado.

A província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, enfrenta há seis anos uma insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

Essa insurgência levou a uma resposta militar desde julho de 2021 com apoio do Ruanda e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás.

O conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos, ACLED.

Leia Também: Presidente moçambicano alerta para efeitos do fenómeno 'El Ninõ' no país

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