De acordo com o Gabinete de Estatísticas eslovaco, após a contagem dos votos de quase seis mil assembleias, o Smer-SSD obteve 23,3%, à frente do partido liberal Eslováquia Progressista (17,1%), liderado pelo vice-presidente do Parlamento Europeu, Michal Simecka.
Uma vez que nenhum partido obteve a maioria dos assentos no parlamento da Eslováquia, o futuro do país pode depender do partido que ficou em terceiro lugar, com 14,9% dos votos, os sociais-democratas do Hlas-SD ('Voz'), do também antigo primeiro-ministro Peter Pellegrini, um dissidente do Smer-SSD mas que partilha a posição pró--Ucrânia de Simecka.
Um outro potencial parceiro de uma hipotética aliança governamental com Robert Fico, o ultranacionalista Partido nacional eslovaco (SNS), conseguiu 5,7% dos votos.
Caso consiga formar uma coligação e regressar ao poder, após cinco anos de interregno, Fico, de 59 anos e formado em Direito, já se comprometeu a "cessar imediatamente qualquer entrega de ajuda militar à Ucrânia".
Algo que implicaria uma viragem da política externa deste país de 5,4 milhões de habitantes, membro da União Europeia e da NATO, e que forneceu uma ajuda substancial a Kiev desde o início da invasão russa de fevereiro de 2022.
"A guerra na Ucrânia começou em 2014 quando os fascistas ucranianos mataram vítimas civis de nacionalidade russa", declarou Fico num recente vídeo, numa provável referência a acontecimentos na Casa dos Sindicatos de Odessa, em 02 de maio desse ano.
Uma mensagem com eco, num país onde, segundo uma sondagem do instituto Globsec, apenas 40% da população considera a Rússia responsável pela guerra.
Fico também afirmou que não iria autorizar a detenção do Presidente russo Vladimir Putin, ao abrigo de um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional, se ele alguma vez viesse à Eslováquia.
Durante a campanha eleitoral, a Eslováquia foi alvo de intensas ações de desinformação, com estudos de opinião a mostrarem que metade da população está disposta a acreditar em notícias falsas.
O país da Europa Central é atualmente governado por um executivo de tecnocratas, liderado pelo banqueiro Ludovit Odor, depois do colapso, num voto de desconfiança em dezembro, de uma frágil coligação anticorrupção que estava no poder desde 2020.
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