Os residentes da região poderão trabalhar nas representações especiais, disse a Presidência do Azerbaijão num comunicado citado pela agência espanhola EFE.
O plano, apresentado à delegação de Nagorno-Karabakh nas reuniões de 21, 25 e 29 de setembro, prevê a realização de eleições municipais em conformidade com a legislação azeri.
De acordo com Baku, as questões relativas à cidadania dos residentes de Nagorno-Karabakh serão resolvidas através dos procedimentos previstos na legislação do Azerbaijão.
No domínio da segurança, a Presidência disse que prossegue "o processo de desarmamento e desmobilização" e que as armas estão a ser requisitadas aos habitantes da região.
A ordem pública é garantida pelo Ministério do Interior do Azerbaijão, em cujos órgãos os residentes de Nagorno-Karabakh são autorizados a trabalhar, referiu.
No plano da economia, o Governo azeri propõe-se conceder à região um pacote de incentivos fiscais para acelerar o desenvolvimento económico.
O anúncio do plano coincidiu com a declaração do Governo da Arménia de que apenas os funcionários públicos e um pequeno número de outros residentes permanecem em Nagorno-Karabakh.
As autoridades de Erevan disseram que "100.520 pessoas deslocadas à força de Nagorno-Karabakh chegaram à Arménia" e que o número "praticamente não se alterou" desde domingo.
"Significa que o fluxo de pessoas praticamente parou e que apenas os funcionários públicos e um número limitado da população permanecem no país", afirmou Nazeli Baghdasarian, porta-voz do primeiro-ministro arménio, Nikol Pashinian.
De acordo com os números oficiais, a população de Nagorno-Karabakh antes do êxodo iniciado em 24 de setembro era de cerca de 120 mil pessoas, maioritariamente de etnia arménia.
O êxodo seguiu-se a uma ofensiva azeri que em 24 horas levou à capitulação dos separatistas arménios, que aceitaram depor as armas e negociar a integração do território no Azerbaijão.
Os separatistas arménios declararam a independência da República Nagorno-Karabakh em relação ao Azerbaijão na sequência da desintegração da União Soviética, em 1991.
A declaração da independência desencadeou um conflito armado de que saíram vencedores os separatistas apoiados pela Arménia.
Trinta anos mais tarde, no outono de 2020, as forças armadas do Azerbaijão reconquistaram dois terços do território, situado no sul do Cáucaso, tendo recuperado o controlo total na ofensiva recente.
Leia Também: Nagorno-Karabakh. Arménia acusa Azerbaijão de disparar contra as tropas