O destino de McCarthy é incerto enquanto enfrenta o que é conhecido como uma "moção de afastamento" do deputado Matt Gaetz, da Florida, um dos seus mais relevantes críticos.
Seria necessário o apoio de poucos republicanos para remover McCarthy do cargo de presidente da Câmara dos Representantes, caso os democratas votassem a favor ao lado dos conservadores.
McCarthy disse aos seus colegas numa reunião à porta fechada para seguirem em frente, de acordo com um republicano presente na sala, citado pela Associated Press, a propósito dos planos do congressista.
Trata-se de um momento decisivo para McCarthy, que está a receber a punição mais severa até agora pelos seus pares partidários e que foi desencadeada pela sua decisão de trabalhar com os democratas para manter o Governo federal funcional em vez de arriscar um encerramento ('shut down').
Até agora, vários republicanos ultraconservadores disseram que estão prontos para se opor a McCarthy, que enfrentou várias desafios desde o início do seu mandato, desde logo uma longa batalha prolongada para ser nomeado para o cargo.
O congressista Matt Gaetz divulgou na segunda-feira que irá propor que seja colocada a votação "esta semana" a destituição do líder da Câmara dos Representantes.
Gaetz, que falava aos jornalistas à porta do Capitólio, referiu que pretende apresentar uma votação à câmara baixa.
Este congressista republicano, apoiante do ex-Presidente Donald Trump, acusa o atual líder da câmara baixa de trabalhar com os democratas para evitar uma paralisação temporária do Governo.
Gaetz acrescentou que se não tiver os votos necessários para dar luz verde à destituição, tentará quantas vezes forem necessárias.
No domingo, o congressista já tinha avançado à estação CNN que planeava tomar medidas para afastar McCarhty, depois de o Congresso ter evitado uma paralisação governamental com a aprovação de uma lei que prolonga o financiamento para questões fundamentais por 45 dias, apesar da relutância de 'trumpistas' mais radicais como Gaetz.
Matt Gaetz também acusou McCarthy de mentir e de chegar a um "acordo secreto" com os democratas sobre o financiamento futuro para a Ucrânia, ao qual ele e outros republicanos se opõem.
"Para alargar os gastos e as prioridades políticas do [Presidente Joe] Biden, o líder da Câmara dos Representantes deu a Biden o dinheiro que ele pedia para a Ucrânia", apontou o político ultraconservador.
O acordo alcançado no sábado dá uma pausa ao Governo, mas deixa os democratas com vários desafios pela frente, especialmente como manter a ajuda a Kiev.
A resolução excluiu a ajuda à Ucrânia solicitada por Biden, que ascendia a 24 mil milhões de dólares (22,7 mil milhões de euros).
O Senado reduziu esses fundos para 6.000 milhões de dólares (5.700 milhões de euros), embora na sua aprovação final, por 88 votos a favor e 9 contra, a prorrogação também não incluísse este financiamento.
Espera-se agora que a Câmara dos Representantes vote um projeto de lei separado para ajudar o país que enfrenta a invasão russa.
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