Nemanja Starovic disse através da rede social X que 11% dos cidadãos de origem sérvia no norte do Kosovo abandonaram a região nos últimos dois anos mas não apresentou números concretos.
O governante disse ainda que a população sérvia está sujeita a pressões diárias por parte do corpo de polícia especial kosovar.
"Parece incrível que uma limpeza étnica tão silenciosa esteja a ocorrer na Europa do século XXI, mas, os factos no terreno coincidem com uma triste verdade", disse Starovic.
O secretário de Estado da Sérvia acusou o que chamou "fatores internacionais envolvidos na situação no Kosovo", acrescentando que a vigilância não se faz pela "ignorância, parcialidade e pelo preconceito".
Os cidadãos de origem sérvia representam 5% dos 1,8 milhões de habitantes do Kosovo, antiga província da Sérvia que proclamou a independência em 2008, não reconhecida por Belgrado.
A União Europeia, apoiada pelos Estados Unidos, desempenha um papel de mediação nas difíceis negociações no sentido da normalização das relações entre a Sérvia e o Kosovo e que se têm degradado desde o ano passado.
No terreno, a situação é, por vezes, marcada pela violência.
No passado dia 24 de setembro, 30 paramilitares sérvios do Kosovo atacaram uma patrulha da polícia kosovar na localidade de Banjska.
Um agente kosovar e três atacantes morreram nos confrontos.
Milan Radoicic, ex-presidente adjunto do maior partido sérvio kosovar (Lista Sérvia), apoiado por Belgrado, assumiu a responsabilidade pelo ataque e está a ser investigado na Sérvio por posse e tráfico de armas.
Radoicic foi interrogado na terça-feira pela Procuradoria de Belgrado mas o juiz de instrução negou-se a aplicar a prisão preventiva assegurando que não se verifica perigo de fuga porque o passaporte lhe foi confiscado e foi proibido de entrar em território do Kosovo.
O governo do Kosovo acusa a Sérvia de ter orquestrado o ataque, mas as autoridades sérvias negam envolvimento.
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