Foram detidas 400 pessoas, a maioria "homens jovens", em manifestações contra a recandidatura do presidente do Egito, Abdul Fattah al-Sisi.
A informação foi avançada por Saleh Abou-Attiya, secretário-geral da Ordem dos Advogados de Marsa Matrouh, citado pelo website egípcio Al-Manassa.
O chefe de Estado egípcio anunciou, na terça-feira, que vai candidatar-se a um terceiro mandato, espoletando protestos. A cidade de Marsa Matrouh, no Norte do país, foi palco de manifestações onde se registaram "motins", revelou Abou-Attiya, citado também pela BBC.
Segundo a cadeia televisiva britânica, foram partilhados vários vídeos nas redes sociais que mostravam altercações entre os manifestantes e as forças da autoridade.
Al-Sisi quer um terceiro mandato
"Hoje respondo de novo ao vosso apelo. Tenho a intenção de ser o vosso candidato para prosseguir este sonho com um novo mandato", disse Al-Sisi durante um discurso na nova capital administrativa que o Egito está a construir a sul do Cairo.
Este anúncio coincide com a divulgação de diversas organizações não-governamentais (ONG) internacionais e egípcias de um relatório entregue ao Comité contra a tortura da ONU onde se conclui que a prática da tortura pelas autoridades egípcias "está a aumentar" e é "tão sistemática" que constitui "um crime contra a humanidade segundo o direito internacional".
As ONG afirmam que as autoridades egípcias usam como métodos de tortura "os espancamentos, descargas elétricas, violência sexual, negação a cuidados médicos, falta de contacto com a família e outros atos que provocam dor e sofrimentos graves", segundo o comunicado.
O relatório foi entregue ao Comité contra a tortura antes do exame da situação no país no âmbito da Convenção da ONU contra a tortura, que decorrerá em 14 e 15 de novembro.
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