Dengue vai tornar-se numa grande ameaça no sul da Europa, avisa cientista
Em causa estão as alterações climáticas.
© REUTERS/Mohammad Ponir Hossain/File Photo
Mundo Dengue
A dengue vai tornar-se numa grande ameaça no sul da Europa, mas também no sul dos Estados Unidos e em novas partes de África, alertou Jeremy Farrar, cientista da Organização Mundial da Saúde (OMS), em declarações à Reuters. Em causa está o aumento das temperaturas, que cria condições para a propagação dos mosquitos portadores da infeção.
"Precisamos realmente de preparar os países para saber como irão lidar com a pressão adicional que surgirá... no futuro, em muitas, muitas grandes cidades", alertou Farrar, especialista em doenças infecciosas, defendo que é preciso "falar de forma muito mais proativa" sobre a infeção.
O especialista afirmou que a dengue se deverá tornar endémica em algumas partes da Europa, Estados Unidos e África, onde já possa ter ocorrido alguma transmissão local limitada, devido ao aquecimento global.
Farrar também chamou à atenção para o facto de a situação poder colocar uma grande pressão nos hospitais, uma vez que o "atendimento clínico é intensivo, requer uma alta proporção de enfermeiros por pacientes", segundo cita a agência noticiosa.
O cientista, que antes de entrar na OMS em maio, aconselhou o governo do Reino Unido na resposta à Covid-19, defendeu que a prevenção deve incluir planos de triagem para hospitais, inovação científica, mas também planeamento urbano, de forma a evitar áreas de água parada perto ou dentro das casas.
Note-se que, esta semana, a OMS recomendou a vacina contra a febre dengue em zonas com elevada prevalência, como a América Latina, onde a transmissão está a aumentar.
A maioria das pessoas que contrai dengue não apresenta sintomas, o que significa que as taxas de casos são muito mais altas do que os números relatados, tal como nota a Reuters. Quem apresenta sintomas pode sentir febre, espasmos musculares e dores nas articulações. Em casos graves, a dengue pode ser fatal.
De realçar que também no passado mês de setembro, a Direção-Geral de Saúde (DGS) anunciou que as autoridades em Lisboa identificaram a espécie de mosquitos 'aedes albopictus', o mosquito responsável pela transmissão da dengue e da zika.
No entanto, em Portugal, "não foram identificados nestes mosquitos quaisquer agentes de doenças que possam ser transmitidas às pessoas, nem se registaram casos de doença humana até ao momento". A DGS "reforçou a vigilância entomológica e epidemiológica, estando em curso a implementação de medidas para controlar a população de mosquitos".
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