Cerca de 590 quilómetros quadrados (km2)foram desflorestados no mês passado na parte brasileira da maior floresta tropical do mundo, em comparação com cerca de 1.454 km2 em setembro de 2022. Este número confirma a queda do desflorestamento observada nos últimos meses.
O Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, iniciou o seu terceiro mandato em janeiro com a promessa de tornar a preservação da Amazónia uma prioridade e de fazer todo o possível para erradicar o desflorestamento ilegal até 2030.
Por outro lado, sob o mandato do seu antecessor, Jair Bolsonaro (2019-2022), o desflorestamento da Amazónia aumentou 75% face à média da década anterior.
De janeiro a setembro de 2023, a área desflorestada foi de 4.302km2, aproximadamente metade dos 8.590 km2 registados no mesmo período de 2022.
Contudo, a situação continua a deteriorar-se no Cerrado, uma savana tropical rica em imensa biodiversidade localizada no território brasileiro, cada vez mais afetada pelo desflorestamento, principalmente devido ao avanço do agronegócio.
Nesse bioma - grande área geográfica com clima, fauna e flora semelhantes - localizado no sul da Amazónia, cerca de 516 km2 foram desflorestados em setembro, um salto de 89% face ao mesmo mês de 2022, e um recorde de um mês de setembro desde que a recolha de dados começou em 2018.
Na Amazónia, setembro é geralmente um mês seco, mas a região vive atualmente uma seca excecionalmente severa, agravada pelo fenómeno El Niño, que fez com que o nível de alguns rios caísse consideravelmente.
O Governo brasileiro prometeu esta semana empenhar meios para garantir o abastecimento de água e alimentos às populações afetadas no estado do Amazonas, o mais atingido por esta seca.
Leia Também: Amazónia alberga mais de 10.000 sítios arqueológicos por descobrir