Médicos Sem Fronteiras pedem passagem para levar bens essenciais a Gaza

A organização internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) pediu hoje a Israel que permita a entrada de ajuda humanitária no enclave de Gaza, onde "2,2 milhões de pessoas estão encurraladas" sem água, comida ou medicamentos.

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© EYAD BABA/AFP via Getty Images

Lusa
12/10/2023 17:12 ‧ 12/10/2023 por Lusa

Mundo

Israel/Palestina

Segundo a organização não-governamental (ONG), os "brutais assassinatos em massa de civis perpetrados pelo Hamas" e "os ataques massivos a Gaza realizados por Israel" tornam fundamental "o estabelecimento de espaços e passagens seguras para a ajuda chegar [às vítimas) com urgência".

Bens essenciais, como alimentos, água, medicamentos, equipamentos médicos ou combustível têm de poder entrar no enclave da Faixa de Gaza, defende a MSF, num comunicado hoje divulgado.

Para facilitar tal objetivo, a ONG pede aos dois lados em conflito que permitam a abertura da fronteira de Rafah com o Egito e a suspensão dos bombardeamentos nesse ponto de passagem.

"Os bombardeamentos indiscriminados [na Faixa de Gaza] transformaram uma crise humanitária crónica numa catástrofe", sublinha a MSF, referindo que mesmo os 300 profissionais da organização que estão em Gaza quase não podem movimentar-se e muitos perderam casas ou familiares.

"Os caças estão a destruir ruas inteiras, bairro a bairro. Não há sítio onde as pessoas se possam esconder, nem tempo para descansar. Alguns locais estão a ser bombardeados em noites consecutivas. Sabemos como foi em 2014 e em 2021, houve milhares de mortes", descreve o chefe da missão da MSF em Gaza, Matthias Kennes, citado no mesmo comunicado.

"Milhões de homens, mulheres e crianças estão a enfrentar uma punição coletiva sob a forma de cerco total, bombardeamentos indiscriminados e a ameaça pendente de uma batalha terrestre", sublinha o representante, considerando ser fundamental "criar espaços seguros e permitir a entrada de bens humanitários em Gaza".

Para este responsável da MSF, o bloqueio imposto pelo Governo israelita, que inclui alimentos, água, combustível e eletricidade, é injusto.

"Os feridos e doentes têm de receber cuidados médicos. As instalações e o pessoal médico têm de ser protegidos e respeitados e os hospitais e as ambulâncias não podem ser alvos", conclui.

O grupo islamita Hamas - considerado um grupo terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia (UE) -- realizou no sábado um ataque surpresa contra o território israelita, sob o nome de operação "Tempestade al-Aqsa", com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.

Em resposta ao ataque, Israel tem bombardeado, nos últimos seis dias, várias instalações do Hamas na Faixa de Gaza, numa operação denominada "Espadas de Ferro".

Segundo dados hoje avançados, o conflito já provocou cerca de 1.300 mortes em Israel e 1.354 na Faixa de Gaza.

A estas vítimas mortais somam-se mais de 3.200 feridos em Israel e mais de 6.000 em Gaza, território controlado pelo Hamas desde 2007.

Leia Também: Irão acusa israelitas de tentarem um genocídio em Gaza

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