Nakba, na língua árabe, significa catástrofe ou desastre. Centenas de milhares de palestinianos fugiram ou foram expulsos durante o conflito que eclodiu após a criação do Estado de Israel em 1948.
Numa reunião com Blinken em Amã, capital da Jordânia, Abbas rejeitou "a deslocação do povo da Faixa de Gaza, porque isso seria uma segunda Nakba", segundo um comunicado publicado pela agência de notícias oficial palestiniana Wafa.
O líder palestiniano falou sobre esta questão após o Exército israelita ter apelado hoje à retirada de civis do norte da Faixa de Gaza, incluindo a Cidade de Gaza, e instado a deslocarem-se para sul, o que implica a movimentação de mais de um milhão de pessoas e sugere uma operação terrestre iminente por parte de Israel.
Abbas também transmitiu a Blinken, que na quinta-feira esteve em Telavive para mostrar o apoio "inabalável" dos Estados Unidos a Israel, a necessidade de "parar imediatamente a agressão israelita" que está a causar "uma catástrofe humanitária" na Faixa de Gaza, onde o Estado judeu também cortou os serviços de água, eletricidade e acesso a alimentos.
Da mesma forma, Mahamoud Abbas reiterou que a única saída para a guerra é a implementação da solução de dois Estados, com a criação de um Estado Palestiniano independente baseado nas fronteiras de 1967 e com Jerusalém Oriental como capital.
O alerta de Israel para retirada da população a norte do enclave palestiniano implica a deslocação de pelo menos 1,1 milhão de pessoas -- quase metade da população da Faixa --, algo que a ONU considera "impossível" agora e que pode ter "sérias consequências humanitárias".
Gaza está à beira do colapso depois dos bombardeamentos israelitas que ocorrem desde sábado e que já provocaram 1.572 mortos e 7.262 feridos.
A esta situação soma-se a escassez de alimentos, combustível, eletricidade ou medicamentos devido ao cerco total ao enclave que Israel impôs após o ataque do Hamas no sábado contra o Estado judeu, que causou a morte de pelo menos 1.300 pessoas em Israel.
Leia Também: EUA pedem ao líder da Autoridade Palestiniana para condenar ataques