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Corpos de palestinianos guardados em carrinhas de congelação de gelados

A morgue do maior hospital de Gaza estava assoberbada de cadáveres, na quinta-feira, só podendo processar 30 de cada vez, um número muito inferior às vítimas do conflito.

Corpos de palestinianos guardados em carrinhas de congelação de gelados
Notícias ao Minuto

17:42 - 15/10/23 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo Israel/Palestina

Os corpos de alguns palestinianos mortos nos bombardeamentos israelitas estão a ser mantidos em carrinhas de congelação de gelados, uma vez que transportá-los para hospitais é muito arriscado, afirmou um funcionário da saúde em Gaza, citado pela Sky News.

Yasser Ali, médico do hospital Shuhada al Aqsa, salientou que a morgue só pode receber 10 corpos e, por isso, tiveram de trazer "congeladores das fábricas de gelados para armazenar o grande número" de cadáveres.

As carrinhas que outrora costumavam ser usadas para entregar produtos em supermercados estão agora a ser usadas.

"Não são o que aparentam. Não são carrinhas de congelação de gelados. São carrinhas de congelação de gelados para corpos. Como não há eletricidade e há muitos corpos, usam-se para economizar espaço e fornecer um local frio para preservar os cadáveres", revelou o fotojornalista palestiniano, Montaz Azaiza, num vídeo publicado nas  suas redes sociais.

Segundo a Sky News, os funcionários de hospitais falam de pacientes que se "acumulam", enquanto os profissionais de saúde tentam lidar com o fluxo de cidadãos mortos e feridos.

Yasser Ali declarou que o número de mortos "excede a capacidade" da principal morgue do hospital e até das carrinhas de congelação de gelados.

"Há entre 20 e 30 corpos também estão conservados em tendas", referiu ainda o médico, acrescentando que as famílias podem não ter a oportunidade de enterrar os entes queridos, se esta crise se mantiver.

A morgue do maior hospital de Gaza estava assoberbada de cadáveres, na quinta-feira, com os corpos a chegarem mais depressa do que as reclamações feitas pelos familiares, no sexto dia dos bombardeamentos israelitas no território com 2,3 milhões de pessoas.

Com uma quantidade elevada de palestinianos mortos todos os dias pela resposta israelita ao inédito ataque do Hamas, os médicos no enclave cercado disseram que ficaram sem lugares para colocar os cadáveres resultantes dos bombardeamentos mais recentes ou recuperados das ruínas dos escombros dos edifícios destruídos. 

A morgue só consegue processar 30 cadáveres de cada vez, e os seus trabalhadores têm de colocar o triplo desta quantidade fora dos frigoríficos e dezenas de outros, lado a lado, no parque de estacionamento. Alguns são mesmo colocados em tendas e outros ficam simplesmente no chão de cimento, ao sol.

Segundo as autoridades locais, mais de 2.300 pessoas morreram na Faixa de Gaza na sequência dos ataques israelitas.

Mais de 1.300 pessoas foram mortas em Israel no ataque do Hamas, durante o qual 126 pessoas foram também capturadas, de acordo com os últimos números das autoridades israelitas.

De recordar que o Hamas lançou no dia 7 um ataque surpresa contra Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.

Em resposta, Israel bombardeou a partir do ar várias infraestruturas do Hamas na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

Leia Também: Morgue do maior hospital da Faixa de Gaza está a transbordar de cadáveres

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